Resumo |
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida da criança, sendo a alimentação complementar introduzida a partir desse período. As crianças, no primeiro ano de vida, começam a formar suas preferências alimentares, dessa forma a alimentação complementar adequada nesse período é de extrema importância para que as mesmas possam desenvolver futuros hábitos alimentares saudáveis. A introdução alimentar incorreta pode trazer consequências como o desmame precoce, obesidade, alergias, doenças crônicas, diarreia, desnutrição, crescimento e formação de hábitos alimentares inadequados. Além disso, pode provocar carências específicas de micronutrientes, em particular de ferro e vitamina A, tendo como consequência o desenvolvimento inadequado da criança. Este estudo tem como objetivo analisar a qualidade da alimentação de crianças de seis a 23 meses e 29 dias atendidas na rede pública de saúde do município de Viçosa, MG. O estudo foi realizado com 69 crianças e foram levantados dados socioeconômicos e de consumo alimentar. A análise socioeconômica foi baseada na classificação proposta pela ABEP e da alimentação no Manual de Orientação para o Estudo dos Marcadores de Consumo Alimentar na Atenção Básica propostos pelo Ministério da Saúde. A maioria das crianças foi classificada nas classes C2 e D-E. O aleitamento materno continuado diminuiu consideravelmente após os 12 meses de idade. A diversidade alimentar mínima, o consumo de alimentos fonte de ferro e vitamina A apresentaram um percentual elevado de adequação, 85,5%, 92,75% e 89,95%, respectivamente. O consumo de ultraprocessados foi elevado (86,95%). No grupo estudado foi observado uma queda considerável na prática do aleitamento complementar no segundo ano de vida e um elevado consumo de alimentos industrializados, sendo a maioria ultraprocessados. Tais achados sugerem a necessidade de medidas, baseadas em estratégias para promover a formação e a manutenção de hábitos alimentares saudáveis, podendo assim, prevenir a curto, médio e longo prazo o aumento das taxas excesso de peso e as doenças crônicas. |