Resumo |
O zinco (Zn) é fundamental para vários processos que ocorrem no corpo humano. Sua deficiência pode causar problemas graves à saúde e gerar desnutrição. A biofortificação agronômica surgiu como uma alternativa que visa, principalmente, enriquecer culturas como: feijão, arroz, milho, trigo e alface com micronutrientes, entre eles o Zn. O objetivo foi estudar a compartimentalização do Zn no feijoeiro para entender os principais drenos de Zn pela planta que podem interferir na biofortificação agronômica dos grãos de feijão com Zn. O experimento foi realizado em sistema de hidroponia estática na casa de vegetação do departamento de solos da Universidade Federal de Viçosa. A cultivar utilizada foi a BRSMG Madrepérola. O delineamento foi em blocos casualizados com quatro repetições e quatro tratamentos: (T1: 100 e 1; T2: 200 e 1; T3: 100 e 0; e T4: 200 e 0 µmol/ L de Zn na solução nutritiva e foliar, respectivamente). Foram realizadas duas coletas das plantas; uma em R8 (após a aplicação do Zn foliar) e outra das sementes com 13 % de umidade. Na primeira coleta, as plantas foram separadas em raiz, caule, folha e vagem. Na segunda, obtivemos os grãos de feijão. As análises realizadas foram: massa de matéria seca, teor e conteúdo de Zn nas raízes, caules, folhas, vagens e grãos. A massa de matéria seca variou entre 20,9 e 39,4 g, sendo que os maiores valores encontravam-se na massa de matéria seca das folhas do tratamento T3. As folhas do feijoeiro serem o órgão com maior massa, comparado aos demais órgãos, é interessante quando se pensa na importância de a planta ter uma grande área fotossintetizante para seu crescimento e desenvolvimento saudável. O maior teor de Zn foi nos grãos, 65,5 mg/kg no tratamento T2. Esse resultado mostrou que o grão foi o maior dreno do Zn aplicado via adubação e que isso ocorreu nas maiores concentrações de Zn tanto aplicadas na solução nutritiva quanto foliar. Fato interessante quando o objetivo é biofortificação agronômica do feijão com Zn, mostrando que o Zn aplicado será prioritariamente direcionado para os grãos e não para outros órgãos. Se compararmos as raízes, caules, folhas e vagens, observamos que o maior teor de Zn foi na vagem, reforçando que o Zn se move na planta em direção à formação dos grãos. O conteúdo de Zn nos órgãos analisados variou de 0,4 a 1,4 mg/órgão analisado, com os maiores valores observados nos grãos, folhas e vagens. Isso porque esses órgãos demandam maiores quantidades do nutriente, comparada às raízes, para fins de metabolismo fotossintético, reserva do nutriente, função desoxidativa, entre outras funções que o Zn exerce na planta. Conclui-se que as folhas representam a maior massa de uma planta de feijão, que as concentrações de 200 e 1 µmol/L de Zn aplicado na solução nutritiva e foliar, respectivamente, foram as que proporcionaram maior teor de Zn nos grãos e que o Zn aplicado na planta fica compartimentalizado preferencialmente nos grãos > vagens > folhas > caules > raiz. |