Resumo |
Introdução: A lesão medular é uma deficiência física que cresce cada vez mais na atualidade devido a fatores como aumento de acidentes e da criminalidade. A partir da deficiência adquirida, os indivíduos tendem a perder autonomia e mobilidade de forma brusca, que podem ser atenuadas e, até mesmo revertidas, através de um programa de reabilitação e exercício físico ao longo da vida do indivíduo. O Projeto Fortalecer propõe, para lesionados medulares, o treinamento de força para promoção de autonomia e independência através de um programa de exercícios. Objetivo: Verificar o efeito do treinamento de força em cinco indivíduos com lesão medular participantes do Projeto Fortalecer. Metodologia: O estudo foi de caráter quantitativo e analisou-se o efeito do treinamento de força de doze semanas em cinco pessoas (três mulheres e dois homens), com idade entre 23 e 60 anos. Essa análise ocorreu através dos testes: Wingate, força de preensão manual (Dinamômetro de Mão), agilidade em Zigue-Zague e Medice Ball. Foram avaliados através destes testes os aspectos: potência e força nos membros superiores e agilidade. Os testes ocorreram em dois momentos: antes do treinamento (pré-teste) e depois (pós-teste). Para determinação e controle da carga, de testes e de treinamento, foi utilizado Índice de Percepção de Esforço através da Escala de Borg. Adotou-se p<0,05 como nível de significância em todas as comparações. Resultados: Ao efetuar a comparação do pré e pós-teste aplicados verificou-se que, estatisticamente, apenas um mostrou resultados significativamente melhores: o teste de agilidade em Zigue-Zague. Apesar dos resultados dos outros testes não se mostrarem estatisticamente significantes, houve melhoras percentuais em todos os componentes avaliados. No teste Medice Ball a média subiu em 1,5%, no Dinamômetro 5,4%, no Wingate as potências máxima, máxima relativa, média e media relativa melhoraram 10,3%, 12,6%, 12,3% e 14,5%, respectivamente. O teste Zigue-Zague além de mostrar p=0,03, houve aumento de 9,4% entre o pré-teste e pós-teste. Conclusões: Dado os resultados obtidos, é possível perceber melhora significativa de agilidade, bem como um incremento nas demais variáveis analisadas. O treino de força pode ser importante aliado para indivíduos com lesão medular na melhora de fatores que interferem nas atividades de vida diária dos mesmos, principalmente se considerarmos as perdas acumulativas que são provenientes da condição estabelecida pela lesão ao longo da vida do indivíduo. Minimizar tais efeitos representa ganhos em autonomia e independência com reflexos na qualidade de vida |