Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10401

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Entomologia
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Vanucci Zilda Pereira Batista
Orientador OG FRANCISCO FONSECA DE SOUZA
Outros membros José Augusto Martins Roxinol, Raphael Henrique Novaes Saldanha Ruy de Almeida, Reinaldo Luiz Corrêa Bueno
Título A altura da serapilheira não afeta o risco de predação para cupins
Resumo A serrapilheira de uma floresta é um recurso que normalmente está associada positivamente com a abundância de organismos. Os emaranhados de material orgânico em decomposição representam refúgios, microclimas e fonte de alimento que favorecem a estruturação de teias tróficas complexas. Espera-se que quanto maior a quantidade de serapilheira no solo, maior será a abundância de organismos e de interações interespecíficas. Dentre estas, a interação predador presa entre habitantes do folhiço parece particularmente sujeita à quantidade de serapilheira depositada no solo. Afinal, além da óbvia oferta de recursos, a serapilheira oferece também boas oportunidades refúgio para presas e de emboscada por parte dos predadores. E plausível supor, portanto, que quanto mais espessa é a serapilheira, maior será o tempo gasto pelos predadores para encontrar suas presas e esta é a hipótese testada aqui. As coletas foram realizadas na Mata da Biologia da UFV durante julho de 2018. Oito iscas foram colocadas ao nível da serapilheira em seis quadrantes de 1 x 1 m. As iscas foram distribuídas equidistantemente ao longo do perímetro do quadrante, dispondo-se uma isca em cada um dos vértices e uma isca em cada ponto médio entre dois vértices. As iscas constituíam de um operário vivo de Cornitermes cumulans (Isoptera: Termitidae) colado dorsalmente com cola branca na porção abaxial de uma folha obtida da própria serapilheira. Cada folha foi cortada garantindo o tamanho de 4 x 5 cm.Duas pessoas por quadrante monitoraram simultaneamente quatro iscas durante 40 minutos, anotando o tempo decorrido desde a instalação da isca e o momento em que esta isca era tocada por um predador invertebrado (ex: formigas, aranhas). Quanto mais rápido ocorria o contato entre o predador e a isca, mais elevado era considerado o risco de predação. Para parametrizar tal resultado,tais dados foram submetidos a uma Análise de Sobrevivência sob distribuição de erros Weibull, estimando-se assim o tempo médio necessário para que 50% das iscas de um dado quadrante fossem tocadas por um predador. A altura da serapilheira foi medida com uma régua no ponto médio entre os vértices do quadrante e no centro do quadrante. Para verificar o efeito da serapilheira (x) sobre o risco de predação(tempo médio, em y), os dados foram submetidos a uma regressão linear simples. A altura da serrapilheira não afetou o risco de predação dos cupins-isca (p = 0.4034, F[1;4] = 0.8713). Sendo a serrapilheira uma fonte de recursos atrativos para os indivíduos, uma serrapilheira mais alta normalmente apresenta alto número de indivíduos. Isto pode implicar na diluição do risco individual de predação para as presas, o que levaria à ausência de efeitos aqui observada. Assim, quanto aos processos de predação, a altura da serrapilheira pode estar atuando como uma via de mão dupla pela qual predadores têm grande oferta de recursos e presas sofrem menor risco individual.
Palavras-chave Cornitermes cumulans, interação interespecífica, folhiço
Forma de apresentação..... Painel
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