Resumo |
Entre as mais recentes pragas invasoras no Brasil está Drosophila suzukii Matsumura (1931) (Diptera: Drosophilidae). Esta espécie consegue perfurar a casca e depositar seus ovos no interior de pequenas frutas (e.g., morangos e amoras), causando perdas econômicas para os produtores. No cenário nacional, o manejo desta praga é dificultado tanto nas produções convencionais, como nas orgânicas, pois atualmente inexiste registro para uso de inseticidas sintéticos no controle da praga, assim como poucos inseticidas naturais tóxicos para a praga são conhecidos. Desta forma, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a susceptibilidade de D. suzukii ao óleo essencial de Palo Santo, Bursera graveolens (Kunth) Triana et Planch (Burseraceae), que é uma planta originária de regiões andinas e muito utilizada na cultura local para repelência de insetos. Para estimar a curva de concentração-mortalidade, nós expusemos moscas adultas (de 3-4 dias de idade) provenientes da criação de laboratório a diferentes concentrações do óleo essencial por um período de 24 horas. A exposição seguiu protocolo já utilizado para estudos toxicológicos com a espécie, que consiste em impregnar um rolete de algodão com 1,8 mL da solução inseticida dentro de um frasco de 200 mL. Após este frasco ser vedado com uma espuma, as moscas são gentilmente liberadas no seu interior com auxilio de um sugador manual, aonde permaneceram até o momento da avaliação da mortalidade. As moscas foram consideradas como mortas quando existia ausência completa de movimento, mesmo após serem estimuladas mecanicamente. Para cada concentração do óleo, utilizou-se cinco repetições contendo entre 23 e 28 indivíduos cada, totalizando ao menos 100 insetos expostos por concentração. Partindo-se de pré-testes para identificar a faixa de concentrações na qual a resposta de mortalidade se inicia e atinge 100%, nós utilizamos seis diferentes concentrações do óleo essencial. Os dados coletados foram submetidos à análise de Probit. O óleo essencial de B. graveolens foi tóxico para a praga, com valores de CL50 de 1,1% (1,08 - 1,15) % e CL90 de 1,5% (1,45-1,59) % ( X2= 5,4; g.l. = 4; P = 0,25). Estes resultados demonstram o potencial uso deste produto natural no manejo de D. suzukii, tanto por produtores convencionais como orgânicos. |