Resumo |
A chia (Salvia hispanica L.) é muito utilizada na América Central e no México como um importante componente da dieta. Atualmente, vem sendo muito estudada devido a presença de compostos bioativos, proteína, fibra alimentar e lipídios. A chia possui uma alta concentração de minerais, dentre eles o cálcio e baixo conteúdo de fatores antinutricionais o que a torna interessante para o consumo alimentar. Diante disso, o estudo teve como objetivo investigar a biodisponibilidade de cálcio da chia e seu efeito no perfil de lipídios, em ratos Wistar alimentados com dieta padrão e com alto conteúdo de gordura. Foram utilizadas sementes de chia (Salvia hispanica L.) produzidas no Brasil, as quais foram moídas e armazenadas a -18°C. Trinta e dois ratos machos (Rattus norvegicus, linhagem Wistar, variação albinus) com 21 dias de vida foram sistematicamente divididos em 4 grupos com 8 animais cada. Os grupos experimentais receberam as seguintes dietas: controle (AIN-93G); controle (AIN-93G) + farinha de chia; dieta hiperlipídica (HFD 60%) e dieta hiperlipídica (HFD 60%) + farinha de chia. Ao final dos 49 dias, após jejum de 12 horas, os animais foram anestesiados e eutanasiados por punção cardíaca. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Os dados foram submetidos à análise de variância seguidos pelo teste de médias, Newman-Keuls a 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram realizadas no SPSS, versão 10.1. Os animais alimentados com dieta padrão e dieta hiperlipídica com carbonato de cálcio apresentaram menor (p<0.05) ganho de peso. Além disso, o coeficiente de eficiência alimentar foi maior (p<0.05) nos animais que ingeriram dieta hiperlipídica. A chia, independentemente do tipo de dieta consumida, levou a um menor (p<0,05) balanço, taxa de absorção e taxa de retenção de cálcio. Além disso, a concentração urinária de cálcio foi menor (p<0.05) nos grupos que receberam chia. No entanto, o conteúdo de cálcio fecal foi menor (p<0.05) nos animais que receberam carbonato de cálcio. No entanto, a concentração de cálcio no fêmur e no sangue não diferiu (p>0,05) entre os grupos experimentais. Os animais alimentados com chia apresentaram menor nível de colesterol total, VLDL e LDL-colesterol e. As concentrações de glicose, HDL, AST, ureia e creatinina não diferiram (p>0,05) entre os grupos experimentais e a ALT foi maior (p<0,05) em todos os grupos que consumiram dieta hiperlipídica. Conclui-se que os animais alimentados com chia como fonte única de cálcio na dieta apresentaram baixa biodisponibilidade de cálcio e que, a dieta hiperlipídica durante cinco semanas não foi capaz de interferir na biodisponibilidade do cálcio, mas atuou de forma positiva no perfil de lipídios. |