Resumo |
A reforma do ensino médio no Brasil vem promovendo discussões acaloradas a partir da inserção da sociologia como um componente disciplinar da área de conhecimento das Ciências Humanas. O novo ensino médio a partir da Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017 estabelece que, apesar da sociologia e filosofia se manterem como disciplinas obrigatórias no currículo do ensino médio, ela não se aplicará nos três anos correspondentes a formação de nível médio. Considerando esse novo modelo, ainda em fase de implementação no Brasil, e que ainda se coloca como uma incógnita na sua nova configuração nas escolas, urge investigar como modelos semelhantes tem sido adotados em outros países, para promover uma comparação do ponto de vista da percepção de estudantes sobre esse modelo. Nesse sentido, o projeto buscou analisar o modelo de ensino de sociologia numa perspectiva comparada em dois países com características semelhantes ao modelo a ser adotado no Brasil, como o modelo curricular de sociologia na França e em Portugal, países que historicamente exercem influencia nos formatos educacionais brasileiros, a partir da percepção dos estudantes envolvidos nesse nível de ensino. Além de uma análise voltada para a concepção dos projetos pedagógicos, em forma e conteúdo, destacando o contexto social e político da proposição e implementação desta plataforma, no que se refere ao ensino de sociologia no ensino médio, com enfoque da influência do cenário histórico. Desta forma, as análises possibilitaram inferir que mesmo em direções diferentes nos três países, os formatos pedagógicos propostos para o ensino de sociologia, estão relacionados com propostas governamentais e seu respeito à participação democrática da sociedade civil nas tomadas de decisão. A pesquisa segue o rastro de uma indisposição curricular colocada nesse formato no Brasil, considerando os limites e polêmicas que envolvem a reforma do ensino médio brasileiro e suas idiossincrasias curriculares diante na nova configuração para a sociologia. |