Resumo |
As espécies selecionadas para estudos ontogênicos visando a biorrecuperação de áreas afetadas por rejeitos de mineração foram: Fedegoso (Senna occidentalis) e Cassia- rosa (Cassia grandis), ambas leguminosas de porte arbóreo/arbustivo (família Fabaceae), e a Crotalaria (Crotalaria juncea) e Feijao-de-porco (Canavalia ensiformis), leguminosas de porte herbáceo. Inicialmente foram feitas visitas à localidade de Paracatu de Baixo, Mariana, MG, escolhido como sítio de amostragens de solos de ambiente natural, ambiente afetado por rejeitos de mineração e sob processo de revegetação e ambiente afetado por rejeito de mineração. As análises de metais pesados e arsênio nessas amostras demonstraram significativas concentrações dos metais e arsênio, principalmente nas frações trocável e oxídica dos solos. Na etapa seguinte, utilizamos uma espécie vegetal modelo para definição das variáveis que afetam a germinação e desenvolvimento inicial das plântulas, para posteriormente, aplica-las às espécies objetos do presente estudo. Para tanto, utilizamos uma espécie de árvore recomendada para planos de recuperação de áreas degradadas. No entanto, suas capacidades germinativas têm sido pouco estudadas e pesquisas existentes mostram uma grande variação nos percentuais de germinação. Neste estudo, foram aplicadas concentrações de arsênio de 0.0, 2.5, 5.0, 7.5, and 10 mg L-1 e a germinação, produção de etileno e parâmetros bioquímicos e fisiológicos foram avaliados em plântulas de 10-12 days. Cinco plântulas de cada tratamento foram mantidas até 70 dias após germinação e medidos o crescimento e a biomassa para calcular o índice de tolerância e vigor. O estágio mais sensível ao As foi o desenvolvimento inicial, por ocasião da primeira folha. A germinação de sementes embebidas a 3°C foi 50% maior do que aquelas sem o pré-tratamento ao resfriamento. Apesar de acumular grandes quantidades de As (34-68 μg g-1 massa seca), a redução máxima no crescimento foi de 28% a 2.5 e 7.5 mg L-1, mas essas plântulas continuaram crescimento até o 70º dia, quando o monitoramento foi finalizado, sem diferenças em tamanho ou biomassa em relação ao controle. As análises bioquímicas e de enzimas antioxidantes demonstraram que o acúmulo de As nos cotilédones, o elevado conteúdo de carboidratos, as atividades de dismutase do superóxido e peroxidases e, provavelmente, a síntese de fitoquelatinas, são as melhores estratégias que explicam a tolerância das plantas ao As. |