Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10272

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Engenharia/Tecnologia
Setor Departamento de Engenharia Civil
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Vinícius Rodrigues dos Santos Petersen
Orientador ANN HONOR MOUNTEER
Outros membros Priscila Romana da Silva
Título Implementação de teste de toxicidade aquática com peixes no Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Viçosa
Resumo A preocupação com as substâncias lançadas nos corpos receptores através dos esgotos sanitários e os impactos que podem causar na vida aquática, tem motivado interesse na caracterização e quantificação da toxicidade de esgotos no ambiente aquático. Peixes são muito utilizados como organismos-teste para tal finalidade, uma vez que ocupam o topo da cadeia trófica no ambiente aquático. Devido à luta contra a utilização de animais em testes que possam causar dor/morte, têm sido desenvolvidos métodos alternativos de avaliação que utilizam embriões e fases larvais de peixes, que não são considerados animais por não se alimentarem de forma exógena. O presente trabalho foi realizado para implementar ensaios alternativos com o peixe Danio rerio (paulistinha), no Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental (Lesa). Como soluções-teste foram utilizadas amostras de esgoto bruto coletadas no município de Viçosa e de esgoto tratado em reatores de bancada no Lesa. Danio rerio é um peixe modelo para ensaios de toxicidade uma vez que tem DNA similar ao do homem (70% de compatibilidade), possui ótima correlação entre as fases larval e adulta, exibe fases embrionárias fáceis de distinguir e apresenta grande desova em cada ciclo de reprodução. Machos e fêmeas de D. rerio foram mantidos separados em aquários com água livre de cloro, a temperatura de 24 a 28 °C, pH 7 a 8, sob aeração constante e fotoperíodo de 12h claro/12h escuro, na sala Aquatox do Lesa. A reprodução ocorria colocando dois machos e uma fêmea em um mesmo aquário e resultou em uma média de 600 ovos viáveis por desova. Uma parte dos ovos foi utilizada no teste de toxicidade aguda (FET-Fish Embryo Acute Toxicity), da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2013). Outra parte foi deixada para eclodir e as larvas utilizadas no teste de toxicidade crônica de curta duração (NBR 15499, ABNT, 2016). Além disso, foram realizados ensaios de toxicidade crônica com o microcrustáceo Ceriodaphnia dubia (NBR 13373, ABNT, 2017) para fins de comparação. Após exposição de ovos ou larvas a diferentes concentrações do esgoto, pelo período especificado em cada teste, os índices de toxicidade foram calculados utilizando o programa CETIS (Tidepool, EUA). O esgoto bruto apresentou toxicidade aguda (teste FET), com CL50, concentração letal mediana, igual a 55,4% e intervalo de confiança (IC95) de 47,3-65,0%, enquanto o esgoto tratado apresentou CL50 = 74,9% (IC95: 68,7-81,7%). Para o teste crônico com larvas de D. rerio, o valor crônico estimado (VCest), foi 0,048%. Para C. dubia, o esgoto bruto teve efeito agudo, com CL50 = 70,7%, e efeito crônico, sendo a concentração de inibição da reprodução (CI25) igual a 29,8%. O esgoto tratado não apresentou efeito agudo a C. dubia, mas apresentou efeito crônico, com CI25 = 55,3%. Os resultados demonstram a toxicidade dos esgotos e o perigo do lançamento do esgoto sanitário bruto da cidade de Viçosa-MG para a fauna aquática e, potencialmente, a saúde pública.
Palavras-chave Toxidade, Danio rerio, mortalidade.
Forma de apresentação..... Painel
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