Resumo |
A Licania tomentosa é uma árvore encontrada tipicamente na região nordeste do Brasil, mas é utilizada em outras regiões com a finalidade urbanística devido a copa frondosa e a área sombrear. Popularmente conhecida como Oiti, possui um fruto de forma oval, consistência firme e cheiro característico. Em uma análise das espécies arbóreas encontradas com maior frequência no campus-sede da Universidade Federal de Viçosa (UFV) a Licania tomentosa é a espécie mais plantada e possui maior frequência nas vias de acesso, estacionamentos e arboretos situados ao longo do campus-sede da UFV, sendo catalogados mais de 448 indivíduos (Brianezi et al, 2013). O presente trabalho tem por desígnio buscar informações e uma possível solução para a utilização do fruto do Oitizeiro, o qual está plantado em abundância no campus-sede da UFV e não tem sido utilizada para nenhum fim, evitando-se, assim, os problemas ocasionados pela sua queda, fermentação e putrefação do fruto no solo. Para tanto será utilizado como metodologia pesquisas na literatura, a fim de se verificar possíveis finalidades para a Licania tomentosa, quer seja para a produção de energia, sua utilização medicinal ou na indústria alimentícia, dentre outras situações, bem como realizar estudos laboratoriais do poder calorífico e das cinzas do fruto. Na pesquisa verificou-se que o fruto apresente boas características físico-químicas para o processamento de polpa e sucos, sendo doce, com alto teor de umidade, baixo teor de gordura, altos teores de fibras, pectina, cinzas e ferro. Além disso, a árvore dispõe de potencial apícola para abelhas nativas. Como constituintes químicos isolados das folhas e frutos possui terpenos, ácido betulínico, ácido ursólico, ácido oleanólico, ácido palmitoleico, ácido hexadecanóico e outros compostos. Já o extrato retirado da Licania tomentosa apresenta um bom efeito antioxidante que pode estar relacionado à presença dos polifenóis, os quais possuem atividade contra várias formas de câncer, doenças proliferativas, inflamação, neurodegeneração, tratamento empírico da diabetes e reumatismo, ação inibitória com relação a atividade do vírus da herpes-simples, atividade antitumoral (células leucêmicas) e atividade leishmanicida. No resultado da análise laboratorial do poder calorífico e das cinzas do fruto verificou-se os seguintes valores: semente (1,75 e 1,76% de Cinzas e 4.454 kcal/kg e 4.497 kcal/kg de Poder Calorífico) e casca (3,66 e 3,53 % de Cinzas e 5.322 kcal/kg e 5.260 kcal/kg de Poder Calorífico). Outro potencial energético que poderia ser aproveitado seria o óleo do seu caroço para fins de utilização como matéria-prima para síntese de biodiesel. Conclui-se que existem inúmeras utilizações para a Licania tomentosa, quer seja na alimentação, no uso medicinal ou como fonte de energia. Todavia não existem estudos aprofundados e capazes de descrever com clareza os reais e, não apenas potenciais, efeitos da utilização desse fruto. |