Resumo |
Este trabalho foi apresentado como trabalho de conclusão de curso e teve como objetivo principal analisar a produção de subjetividades femininas implícitas na filosofia da Escola de Princesas, além de analisar o currículo da mesma enquanto agência de preconceitos contra a mulher. A análise partiu de uma pesquisa documental, a partir do site da escola e buscou-se, a princípio, na literatura, resgatar o contexto histórico vivenciado pelas mulheres, como as lutas e as ondas feministas que explodiram desde meados do século XIX. Logo depois, a partir da descrição da Escola de Princesas e das informações coletadas no site fez-se uma discussão a respeito do currículo como produtor de subjetividades e como meio de expressão das relações de poder. Concluiu-se o seguinte: partindo do pressuposto de que o sonho de toda menina é ser princesa, a referida Escola, que surgiu em 2013 e já conta com diversas franquias espalhadas em vários estados do país, propõe um currículo engessado e selecionado a fim de formar donas de casa exemplares, que se restringem aos cuidados da casa, do marido e dos filhos. Entretanto, diante de todos os retrocessos que o Brasil tem vivenciado como, por exemplo, o projeto “Escola sem Partido” que coloca em pauta propostas que visam cessar as discussões de gênero entre outras, é necessário fomentar as discussões sobre um currículo que permita e abra possibilidades para nossas crianças expressarem-se de forma livre, de forma que os estereótipos de gênero não limite-as. A Escola de Princesas, propondo um modo de se comportar, de se vestir e de se relacionar que voltam ao encontro da educação das mulheres do século XIX revela um currículo voltado para a produção de subjetividades que reproduzem um papel feminino enrijecido, carregado de estereótipos, contribuindo para que nos afastemos ainda mais das discussões que permitam que as mulheres desenvolvam uma identidade atrelada a autonomia e liberdade, abrindo possibilidades para que sejam o que quiserem ser, sem limitações. |