Resumo |
Uma das maneiras para a remoção dos Gases de Efeito Estufa (GEE) da atmosfera é a realização de plantios mistos de espécies nativas. Por meio do processo fotossintético, a planta remove CO2 atmosférico, incorporando carbono em sua biomassa vegetal, durante o seu crescimento. Sabe-se da importância desses plantios para a compensação de GEE, mas existem dúvidas sobre o potencial de cada espécie em estocar carbono. Objetiva-se com este trabalho avaliar a variação do Incremento Médio Anual de CO2 (IMACO2) dos indivíduos de 30 espécies. A área do estudo é um plantio misto realizado em 2015 e se localiza no Espaço Aberto de Eventos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no município de Viçosa – MG. Possui uma topografia acentuada e o clima é do tipo Cwa, invernos frios e secos e verões quentes e chuvosos. As árvores estão dispostas em um espaçamento 2x2m e foram inventariadas, coletando o diâmetro a altura do solo (DAS) com o paquímetro e a altura (H) com a vara graduada. As estimativas individuais do estoque de carbono foram realizadas para trinta espécies, por meio da equação Cij=[0,000353x(DAS1,202424)x(H0,781883)], (R2 ajustado=82,12%). Assim, determinou-se o IMACO2 em (Kg) pela fórmula (IMACO2=[ECO2i/ni]/Ii), em que ECO2ij:Estoque de dióxido de carbono (Kg) da i-ésima espécie; ni número de indivíduos da i-ésima espécie e Ij: Idade do plantio=31 meses. Determinou-se também o desvio-padrão (σ) das estimativas por espécie. A conversão entre C e CO2 foi realizada utilizando o fator de (44/12). De acordo com a análise feita, o IMACO2 do plantio, considerando todas as espécies, foi de 1,98 kg e a sua variação foi de 4,15 kg. Das trinta espécies avaliadas, Peltophorum dubium (σ=5,88 kg; valor mínimoj=0,86kg e valor máximoj=5,3 kg), Schizolobium parahyba (σ=10,75 kg; valor mínimoj=1,9 kg e valor máximoj=7,7 kg) e Enterolobium contortisiliquum (σ=10,90 kg; valor mínimoj=0,34 kg e valor máximoj=10,7 kg) foram as espécies que apresentaram maiores valores de desvio-padrão. Essa variação pode ser explicada pela diferença genética que cada indivíduo apresenta, considerando que não há um controle das matrizes de onde as sementes foram coletadas para a produção das mudas. Portanto, conclui-se que apesar dos indivíduos de P. dubium, S. parahyba e E. contortisiliquum receberem os mesmos tratos silviculturais, a estocagem de carbono entre eles não é uniforme. Isto se deve a fatores que ainda precisam ser melhorados, como é o caso da expressão gênica, podendo ser necessário a clonagem de indivíduos das espécies com maior potencial de estocagem de carbono para plantios de compensação de GEE. |