Resumo |
De acordo com a OPAS (2016), o câncer do colo do útero se configura como uma das principais causas de óbito nas mulheres em âmbito mundial. A referida organização aponta que, dentre as infecções adquiridas através das relações sexuais desprotegidas, a do Vírus do Papiloma Humano (HPV) é a que apresenta maiores taxas de contaminação. No âmbito mundial, todo ano cerca de 266.000 mulheres morrem em decorrência do câncer do colo do útero, demonstrando a importância de programas organizados e efetivos de acesso a uma prevenção, como é o caso da vacinação. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo analisar a eficácia da cobertura vacinal contra o HPV em meninas, nos municípios do estado de Minas Gerais, no período de 2014 a 2015, examinando sua distribuição espacial. A metodologia se pautou na pesquisa quantitativa, a partir dos dados do Data-SUS, totalizando 853 observações, onde se buscou verificar a notificação, no período analisado. Durante o ano de 2014, a cobertura vacinal abrangeu meninas na faixa-etária de 9 a 14 anos; já, durante o ano de 2015, a cobertura vacinal foi notificada para meninas na faixa-etária de 9 a 12 anos. A escolha pela cobertura vacinal nos anos de 2014 e 2015, ocorreu devido à concretização dos dados nestes anos pelo Data-SUS, além de serem os mais atualizados disponíveis. Foi feito uso do Teste T para amostras pareadas, por meio do software PSPP, considerando um nível de significância de 5%, para avaliar se houve aumento ou diminuição da taxa de vacinação de um ano para o outro e se os municípios alcançaram a taxa de cobertura proposta pelo Ministério da Saúde, que corresponde a 80% do público alvo. Após a realização do teste estatístico foi utilizado o sistema de informação geográfica através do software QGIS, versão x, para a visualização espacial dos dados. Os resultados apontaram uma diminuição significativa na média da taxa de cobertura vacinal, entre 2014 e 2015, com p-valor 0,000. No ano de 2014, a média da cobertura foi de 78,47%, enquanto, em 2015, a média caiu para 53,75%. Já a média da cobertura referente aos anos 2014 e 2015 foi correspondente a 24,71%. Sendo assim, a média geral dos municípios não alcançou a taxa de cobertura de 80% do público alvo, apesentando também discrepâncias das coberturas vacinais entre os municípios. Constatou-se, pela análise espacial desse fenômeno, que não há uma distribuição concentrada em uma única região das situações mais significativas de quedas da taxa de cobertura vacinal; havendo, uma distribuição relativamente mista no estado. Nesse sentido, pode-se concluir sobre a necessidade de que as futuras campanhas de vacinação contra o HPV sejam acompanhadas de ações educativas, priorizando informações claras para o público alvo e seus responsáveis, respeitando as diferenças regionais e os fatores que influenciam na possibilidade da população ter acesso aos serviços direcionados para a promoção e prevenção. |