Resumo |
A secagem é uma das fases mais importantes para a indústria de carvão vegetal, pois proporciona, entre outras vantagens, a redução do peso da madeira, diminuição do custo de transporte, aumento do rendimento gravimétrico, redução no tempo de carbonização, redução da geração de finos, além da redução de gases poluentes do processo. Esta fase demanda grandes investimentos e um alto consumo de energia, resultando em altos custos quando feito artificialmente. Portanto, há um grande interesse pelas indústrias em encontrar formas eficientes e viáveis economicamente de realização do processo de secagem. Neste contexto, a secagem da madeira no interior dos fornos utilizando gases da carbonização é uma tecnologia que vem sendo difundida, por meio da qual se obtém energia térmica. Logo, o aproveitamento dessa energia para a secagem de madeiras em tora torna-se uma alternativa atraente. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização de gás quente proveniente da queima de gases da carbonização para secagem da madeira dentro do próprio forno de produção de carvão vegetal. O presente estudo foi desenvolvido na empresa Aperam BioEnergia, no município de Minas Novas, MG. Para a realização do mesmo, dividiu-se a madeira enfornada em 8 lances ao longo do comprimento do forno, sendo colocada em cinco alturas distintas. Foram identificadas, pesadas e distribuídas 20 toras por lance de madeira, resultando em um total de 160 toras controle, as quais ocupavam cinco alturas (0,80, 1,60, 2,40, 3,20 e 4,00 metros do solo). Após o período de secagem de 48h as toras foram retiradas e pesadas. Os dados foram submetidos a análise de variância e quando foi estabelecida as diferenças entre eles, aplicou-se o teste de Kruskal-Wallis em nível de 95% de significância. Observou-se que a altura afetou significativamente a secagem da madeira, sendo as madeiras que se encontravam na parte superior (4,00 metros) do lance apresentaram uma maior perda de umidade, enquanto as intermediárias (entre 1,60 e 3,20 metros) tiveram as menores perdas. Quando analisadas por lance, obtiveram maior perda de umidade as toras presentes no quinto e sexto lance, e as toras presentes no quarto e segundo lance apresentaram menores perdas. Conclui-se que, a posição das toras ao longo do forno e a altura influenciaram na perda de umidade, de forma que, os pontos de entrada dos gases quentes na parte superior do forno, além da permeabilidade do fluxo de gás ao longo das toras são os principais motivos que justificam as diferentes perdas de umidade das toras. Outros fatores que devem ser levados em consideração no processo de secagem no interior dos fornos é o material genético e a temperatura dos gases. Portanto, recomenda-se uma melhor distribuição dos pontos de entrada dos gases quentes ao longo do forno e uma maior homogeneidade no diâmetro das toras, uma vez que, toras com menores diâmetros permitem maiores espaços entre toras, logo, ocorre maior permeabilidade dos gases entre elas. |