Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10177

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Veterinária
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Rebeca Toledo Caldas
Orientador ERNANI PAULINO DO LAGO
Outros membros Aline de Oliveira Ferreira, Andressa Brito Damaceno, Arthur Neves Passos, JOSE DE OLIVEIRA PINTO, Maristela Vieira de Souza Clavery, Nathalia dos Santos Rosse, Rachel de Andrade Tavares
Título Reticulopericardite traumática em bovino - relato de caso
Resumo A ingestão acidental de objetos metálicos e pontiagudos pode causar diversas complicações para o ruminante por meio da perfuração do retículo e possibilidade de atingir órgãos importantes. A mais grave delas é a reticulopericardite traumática, doença que faz parte de um complexo denominado “síndrome por corpo estranho no retículo”. Nessa doença o objeto se aloja no retículo e, num momento indeterminado, causa sua perfuração e atinge o pericárdio, causando sua inflamação. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de reticulopericardite traumática em bovino. Foi atendida em 14/09/2017, uma vaca denominada Joaninha, de propriedade do do Setor de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais do DVT/UFV, com história de apatia, perda de apetite e isolamento dos outros animais. Essa vaca, mestiça holandesa, 17 anos, pesando 418 kg e gestante, pertencia ao rebanho de animais para aulas práticas de veterinária e estava em tratamento para broncopneumonia há uma semana, porém sem resolução satisfatória, e por isso foi reconduzida a uma nova investigação clínica. Nesse novo exame, observou-se intensa apatia, abdução dos membros anteriores, jugulares ingurgitadas e aumento de volume na região peitoral, sendo suspeitado de insuficiência cardíaca. Ao exame específico constatou-se edema congestivo, taquicardia acentuada, sem disritimia mas com suspeita de líquido pericárdico, pulso jugular e ferroscopia significativamente positiva na região do esterno, além dos sinais de broncopneumonia, somados agora com pleuresia, sons indicativos de hidrotórax, e ainda melena, febre e relutância em se locomover. A análise final de todos esses achados indicou a reticulopericardite traumática, com intenso envolvimento pulmonar, como sendo a causa principal do quadro clínico. Não há tratamento curativo para tal doença, mas sendo a vaca de grande estima dos alunos foram tomadas diversas medidas de melhor conforto para ela como analgesia, diurese, oxigênio e etc. O animal morreu no dia 24 de setembro e o diagnóstico foi confirmado à necropsia, onde foram encontradas as seguintes alterações: hidrotórax, pleurite, pneumonia purulenta, saco pericárdico aumentado, pericardite fibrinosa e finalmente um fio metálico rígido e pontiagudo, de 6cm, penetrando o pericárdio, com sinais de seu trajeto desde o retículo. Para o veterinário de animais de produção o principal aspecto desse caso é que não há tratamento e portanto a prevenção deve ser o foco principal, evitando que haja contaminantes metálicos no alimento e impedindo que perfurem o retículo. Ainda não é difundido no Brasil, mas em vários países utilizam-se ímãs em vagões forrageiros para conter esses objetos antes que caiam nos comedouros e também se administram magnetos (ìmã) para que se alojem no retículo e atraiam esses objetos para si, evitando a perfuração. Nesses países é inadmissível e inexplicável que o veterinário perca uma vaca por “síndrome por corpo estranho no retìculo” sem ter sido recomendado o uso desses magnetos.
Palavras-chave vaca, insuficiência cardíaca, pericárdio
Forma de apresentação..... Painel
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