Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10167

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Igor Martins Strelow
Orientador PAULA DIAS BEVILACQUA
Outros membros Juliana Ferreira de Oliveira, Keila Youko Fujii
Título Uso agrícola de lodo de esgoto: perigo virológico ao trabalhador e consumidor
Resumo A geração e/ou descarte inadequado de lodo de esgoto implica em danos ambientais e riscos à saúde pública. Como alternativa à redução de danos ambientais, vem crescendo o interesse pelo uso benéfico do lodo, como na recuperação de áreas degradadas, cobertura de aterros sanitários e uso agrícola, permanecendo a atenção aos riscos à saúde. O presente trabalho objetivou avaliar a exposição a risco virológico considerando o uso agrícola de lodo de esgoto. Foram concebidos experimentos de plantio de alface, utilizando lodo de esgoto proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto, situada no bairro Violeira (Viçosa-MG), composta por reator anaeróbico de manta de lodo (UASB). Foram utilizados oito lotes (L) de lodo resultantes do descarte do reator UASB, ao longo de um ano. Os lotes de lodo foram separados em duas leiras, sendo que uma delas recebeu suspensões de colifago somático ΦX174 e Póliovirus 1 Sabin (concentrações finais entre 103-105 organismos/volume de leira). Amostras de lodo de cada leira (naturalmente e artificialmente contaminada) foram misturadas a solo para conformação de dois canteiros para plantio de mudas de alface. Os dois canteiros do primeiro experimento (L1) foram monitorados durante 30 dias, com coletas de amostras (alface e mistura solo+lodo) duas vezes por semana (32 amostras) e os demais experimentos (L2-L8) foram monitoras durante dez dias (280 amostras). Foram monitorados os parâmetros: coliformes totais, Escherichia coli, vírus entéricos cultiváveis e colifagos somáticos. O decaimento microbiano nas amostras de solo+lodo de esgoto demonstrou níveis acima do recomendado pela regulamentação brasileira (biossólido classe A: E. coli <103 NMP/g de ST e classe B: E. coli <106 NMP/g de ST). Nas amostras de alface plantadas nos canteiros com lodo naturalmente contaminado, foram detectadas concentrações de E. coli correspondentes ao limite definido na legislação brasileira sobre qualidade sanitária de hortaliças consumidas cruas (102 coliformes termotolerantes/g) após 10 dias de monitoramento e nos canteiros com lodo artificialmente contaminado, após 28 dias. De forma geral, vírus entéricos foram mais persistentes nas amostras analisadas (solo+lodo e alface), sendo o decaimento mais demorado que o de colifagos. Os resultados demonstram inconsistências entre os comportamentos de decaimento de colifagos e vírus entéricos, sendo necessários mais estudos para uma melhor avaliação do comportamento dos colifagos como indicadores da presença de vírus entéricos. Em relação aos parâmetros microbiológicos, mesmo em condições mais desfavoráveis (contaminação adicional do lodo), os resultados demonstram a possibilidade de uso agrícola do lodo e a produção de hortaliças consumidas cruas atendendo ao padrão microbiológico estabelecido por normas nacionais. Ressalta-se, que o lodo utilizado nos experimentos não era tratado, sugerindo que seu tratamento (por exemplo, térmico) poderia produzir produto seguro para uso agrícola.(CAPES/CNPq)
Palavras-chave vírus entéricos, cenários de exposição, alface
Forma de apresentação..... Painel
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