Resumo |
A demanda por energia a partir da década de 80 resultou em um crescente consumo de combustíveis fósseis. Assim, o cenário de crescente emissões de dióxido de carbono favoreceu o interesse por culturas de rápida e eficiente capacidade de fixação de CO2, como as microalgas, sendo uma fonte de matéria prima alternativa para a produção de biocombustíveis. Esses microrganismos obtém sua energia do sol e do CO2, produzindo biomassa e oxigênio. Porém, a coleta de microalgas em tanques de cultivo apresentam desafios por serem células fotosintetizantes com dimensões na ordem de micrômetros. Uma técnica usual é o uso de floculantes, que apresenta impacto expressivo na composição do custo da coleta de biomassa algal. Estudos visando a seleção de floculantes e suas doses, em conjunto com os parâmetros de floculação, como agitação e pH, tem sido estudada para uma diversidade de microalgas. Nesse contexto, este trabalho objetiva estudar o uso de polímeros catiônicos como alternativa aos floculantes de cátios metálicos, como cloreto férrico e sulfato de alumínio. O estudo foi delineado tendo como fatores o tipo de floculante, doses e pH. A resposta foi a eficiência de separação para microalga do gênero Scenedesmus que tem sua superfície carregada de cargas negativas que aderem com os cátions, formandos agregados que decantam. Diferentes valores de pH entre 4 e 10 foram ajustados pela adição de soluções de hidróxido de sódio e ácido clorídrico, com e sem a presença do floculante, a fim de isolar o efeito do polímero em detrimento do pH, permitindo otimizar a dose para um pH específico. Adicionalmente, o tempo de floculação foi avaliado por meio da mediação da absorbância a 750 nm, em intervalos de 5 minutos. Com os dados cinéticos, pode-se avaliar a por meio de gráficos de eficiência de remoção de célula os efeitos combinados do pH, tipo e dose do floculante, e tempo de rotação durante o processo de formação de flocos. De forma geral, uma elevada remoção de sólidos foi observada, acima de 95%, em todos os casos onde o floculante foi adicionado. Verificou-se que o pH alcalino favorece a floculação e, diferente dos floculantes de metais bi e trivalentes, as doses de polímero catiônico necessárias são na ordem de partes por milhão. |