Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10136

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Gabriel Vita Silva Franco
Orientador RODRIGO SIQUEIRA BATISTA
Outros membros ANDREIA PATRICIA GOMES, Marli do Carmo Cupertino, Rebeca Santos Garcia
Título Análise Epidemiológica da taxa de letalidade da Febre Amarela do Brasil no período de 1980 a 2017
Resumo A febre amarela (FA) é uma doença viral aguda, não contagiosa, que se mantém endêmica e enzoótica nas regiões tropicais da África e das Américas do Sul e Central. Acomete treze países no continente americano: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Trindade Tobago e Venezuela. O número anual de casos da doença sofre grandes oscilações ao longo dos anos, com vários surtos descritos. No Brasil o último surto iniciou-se em 2016, deflagrando várias mortes. Devido à irregularidade do número de casos e óbitos, ao longo dos anos, objetivou-se calcular a taxa de letalidade (TL) da FA no Brasil e analisar a variação da TL nos períodos com e sem surtos. Para tanto, procedeu-se a busca - de dados públicos - a partir de boletins epidemiológicos, notas informativas e documentos oficiais, do número de casos e óbitos, ocorridos entre 1980 e 2017, disponíveis nas fontes do Ministério da Saúde e da Pan American Health Organization (PAHO), entidades ligadas à Organização Mundial de Saúde. O cálculo da TL foi feito através da divisão do número total de óbitos por FA, pelo número total de casos confirmados por FA, ao longo de um ano. O resultado foi multiplicado por 100, para que os dados fossem expressos em percentagem. A partir dos dados calculados da TL foi construído um gráfico que mostra grandes oscilações dos valores ao longo do período de estudo. A queda na TL coincide com os picos de casos ou momentos de surto e quando há poucos casos ocorre aumento da TL. Isso pode ser explicado pela FA não ser um diagnóstico diferencial comumente proposto em pacientes com quadros clínicos de febre e icterícia, em momentos fora do surto de FA, retardando o diagnóstico e tratamento da doença e aumentando o número de óbitos, em relação ao número de casos; consequentemente, há incremento da TL. Comparando momentos de surtos, distintos, observa-se grande semelhança na TL, sendo no surto de 2003 a TL de 33,87% e no de 2017 33,72 %. No entanto, no surto de 2017, a TL foi maior nos estados com baixo número de casos (Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins), devido - possivelmente - ao diagnóstico tardio. No panorama das Américas, entre os anos de 1960 até o ano de 2015 o número de casos confirmados no Brasil foi de 1150, contabilizando-se 407 óbitos. Nas Américas Central e do Sul, os países endêmicos juntos, no mesmo período, registraram 6873 casos e 2480 óbitos, com uma TL média de 36,08%. O Brasil participou com 16,73 % dos casos e 16,41% dos óbitos no continente, com uma TL média, para o período, de 35,39%. Conclui-se que é necessário manter uma vigilância epidemiológica constante; e mesmo em momentos fora de surtos, incluir a FA como diagnóstico diferencial, a fim de obter rápido diagnóstico e reduzir a TL para níveis semelhantes àqueles observados nos momentos de surto.
Palavras-chave Epidemiologia, Febre Amarela, Letalidade.
Forma de apresentação..... Oral
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