Resumo |
A necessidade de racionalização de insumos e redução de custos tem levado a um crescimento acelerado na demanda de edificações em alvenaria estrutural nas últimas décadas. Dentre as vantagens desse sistema construtivo destacam-se a redução do tempo de construção, a economia no custo da obra e a menor diversidade de materiais e mão de obra se comparado ao concreto armado, por exemplo. O projeto estrutural desse tipo de construção se desenvolve através da seguinte sequência das etapas: modulação, determinação das ações atuantes, análise estrutural e dimensionamento e detalhamento dos elementos. A distribuição das ações verticais sobre as paredes de alvenaria estrutural é feita através de dois métodos mais usuais: o primeiro considera as paredes isoladamente, desprezando sua interação com os demais elementos da estrutura; o segundo considera as interações entre as paredes, limitando os grupos pela presença de aberturas e junta a prumo. Assim, o escopo deste trabalho é a avaliação das principais diferenças verificadas entre o método das paredes isoladas e o dos grupos de paredes sem interação na distribuição das ações verticais na estrutura de uma edificação com três e seis pavimentos. Procedeu-se à modulação, determinaram-se as ações verticais atuantes na estrutura (peso das lajes, das paredes estruturais, dos revestimentos e sobrecarga de utilização), realizou-se a distribuição dessas ações pelos dois métodos e, por último, dimensionou-se as paredes à compressão simples. Observou-se que a máxima tensão solicitante encontrada no pavimento tipo foi reduzida de 237 kN/m² (método de paredes isoladas) para 169 kN/m² (método do grupo de paredes sem interação). No dimensionamento dos elementos de alvenaria quanto à compressão simples, para três pavimentos não foram observadas diferenças significativas na resistência do bloco, adotando-se 4 MPa pelos dois métodos. Para o caso de seis pavimentos, no entanto, a resistência do bloco variou de 8 MPa (método de paredes isoladas) para 6 MPa (método do grupo de paredes sem interação). O trabalho permite inferir que, para edificações de pequeno porte, não há diferenças significativas na utilização de um ou de outro método, caso em que se recomenda o método de paredes isoladas, por ser mais simples e seguro. Contudo, para edificações de grande porte, recomenda-se o método de grupos de paredes sem interação, por proporcionar maior economia e, consequentemente, maior competitividade, já que blocos menos resistentes demandam menor custo. Na utilização desse método, entretanto, deve-se garantir a interação das paredes nos cantos e bordas da edificação, através do intertravamento dos blocos, além da utilização de armadura construtiva e graute nos furos, configurando a amarração direta entre paredes. |