Resumo |
A Escherichia coli é um dos micro-organismos mais abundantes do trato intestinal humano e de animais de sangue quente, além de possuir rápido ciclo de crescimento e não ter requerimentos nutricionais elevados. Bacteriófagos, ou fagos, são vírus que infectam bactérias e utilizam o metabolismo bacteriano para se reproduzir. Os fagos utilizados nesse trabalho são líticos, ou seja, lisam a célula bacteriana após a infecção. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a cinética de crescimento da E. coli 30 em diferentes fontes de carbono. O experimento foi desenvolvido em placas de 96 poços com um volume final de 200 microlitros, durante o período de 24 horas. As bactérias foram mantidas a 37°C, sofrendo agitação leve seguida de leitura da densidade óptica, no comprimento de onda de 600 nm, a cada 15 minutos. As leituras de D.O. foram realizadas com o auxílio do espectrofotômetro THERMO-FISHER SCIENTIFIC Multiskan™ Sky Microplate. O crescimento bacteriano foi analisado ao longo do tempo, com relação à concentração da fonte de carbono utilizada e da concentração de fagos adicionados. As fontes de carbono utilizadas foram: meio LB, Glicerol, Lactato e Succinato, essas últimas adicionadas ao meio mínimo M9, cada um em três concentrações diferentes (0,2%, 0,3% e 0,4%). Em cada condição de cultivo foram adicionadas 5 diferentes concentrações de fagos a fim de obter as seguintes multiplicidades de infecção - MOI: MOI 10, MOI 1, MOI 0,1, MOI 0,01 e MOI 0,001 e uma amostra controle para cada fonte, sem a presença do fago. No meio LB a amostra controle teve crescimento contínuo e alto enquanto em todas as amostras que continham fagos o crescimento foi rapidamente interrompido mantendo-se aproximadamente a D.O. bacteriana inicial (D.O. 0,2) durante todo o tempo do experimento. De forma geral, a presença do fago afetou a cinética de crescimento bacteriano de forma semelhante, independente da fonte de carbono no qual a bactéria foi cultivada. Assim como no meio LB, o bacteriófago impediu que a D.O dos tratamentos passassem de 0,3. Além disso, foi constatado que a concentração dos fagos inoculados não alterou de forma significativa o crescimento bacteriano, uma vez que tanto a maior concentração (MOI 10) quanto a menor concentração (MOI 0,001) resultaram em curvas de crescimento semelhante. Portanto verificou-se que a presença do fago afeta consideravelmente o crescimento bacteriano sem grande influência da fonte de carbono e, com pouca ou nenhuma diferenciação entre as concentrações do fago. |