Resumo |
Esta pesquisa visa problematizar o papel atribuído à educação, além de relacionar com a realidade da Educação de jovens e adultos. Os dados aqui levantados são parciais e desenvolvidos a partir da participação da autora no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Viçosa, em que foi aprovado o projeto de pesquisa intitulado “A educação de jovens e adultos como instrumento de formação humana”. Com isso, pretende-se refletir sobre as responsabilidades atribuídas à educação, tendo-a como única responsável pelo desenvolvimento social dos indivíduos, sendo a EJA fortemente representada nesse contexto. A justificativa desta pesquisa se deve à necessidade de mais referências sobre o tema da EJA e sua realidade, com o propósito de aprimorar a pesquisa do mestrado que se encontra em andamento. Metodologicamente, o trabalho se divide em duas etapas: a primeira trata-se da revisão bibliográfica de autores que tratam da EJA e educação como desenvolvimento social, a segunda trata da produção de um artigo que disserte sobre os conceitos já mencionados. Como resultados parciais, até o presente momento, podemos destacar que: partindo do princípio de que essa modalidade de ensino surgiu da necessidade de aperfeiçoamento de mão-de-obra para as indústrias, muito já se avançou nas demonstrações de que a EJA é também um instrumento de inclusão social; a EJA tem sido discutida como direito ou compensação/complementação curricular diante dos prejuízos historicamente produzidos quando se deixa à margem do acesso escolar um conjunto de cidadãos, ferindo um direito fundamental para o pleno exercício da vida social. Os pressupostos teóricos que embasam esta pesquisa procedem de Paulo Freire (2017), que incorpora as vivências no contexto escolar como estratégia para o desenvolvimento da autonomia na aprendizagem e da transformação da realidade do aluno. Buscamos em Cunha (1985) respaldo para nos opôr à crença de que a educação é o “único” caminho para uma sociedade mais justa e igualitária; e em Dubet (2004) destacamos que a igualdade de oportunidades e justiça não é garantida pela simples aquisição de diploma de EJA; e, finalmente, podemos afirmar que a modalidade da EJA contribui para desenvolvimento social, na medida em que amplia o acesso de cidadãos, antes distantes do mundo das letras, ao exercício do direito de pensar e agir autonomamente. |