Resumo |
Staphylococcus aureus é a bactéria mais prevalente na mastite caprina, responsável principalmente pela subclínica e aguda, enquanto Escherichia coli se destaca como causadora frequente da mastite clínica. A resistência antimicrobiana é um dos maiores problemas enfrentados pelos produtores e pode estar associada à produção de biofilmes. Este é um importante fator de virulência desses patógenos que favorece a cronicidade da doença. O objetivo do estudo foi detectar, quantificar e comparar a produção de biofilmes por S. aureus e E. coli isolados nas três diferentes formas de mastite caprina (subclínica, clínica e recidivante). Foram avaliados 78 S. aureus e oito E. coli obtidos de mastite clínica, subclínica e recidivante isolados de propriedades localizadas na mesorregião da Zona da Mata de Minas Gerais. Os isolados foram identificados usando testes fenotípico e genotípico em trabalho anterior (SIA/2016), e foram armazenados em caldo BHI e 20% de glicerol, em temperatura de - 80ºC. Para detectar a produção e classificação dos biofilmes foi utilizada a metodologia proposta por Stepanovic et al. (2007). Os isolados foram reativados em caldo BHI, suplementado com glicose a 1% obtendo um inóculo de 106 UFC/mL. Posteriormente 200 microlitros foram inoculados em cada poço de microplacas de 96 e incubados durante 24h a 37°C. Após, cada poço foi lavado, corado com Cristal violeta e foi medida a absorbância utilizando leitor de Elisa. Com base nestas absorbâncias e a do controle (BHI puro), os isolados foram classificados nas categorias de não produtor, fraco produtor, moderado produtor ou forte produtor de biofilme. Dos isolados de S. aureus, 11 foram classificados como fortes produtores (quatro de mastite clínica, seis de subclínica e um de recidivante); 17 isolados foram classificados como moderados (seis de subclínica, dois de clínica e nove de recidivante); 45 isolados foram fracos produtores (34 de subclínica, sete de clínica e quatro de recidivante); cinco não produziram biofilme. Já dos isolados de E. coli, três apresentaram fraca produção de biofilme, sendo dois de mastite clínica e um de subclínica e os cinco restantes foram classificados como produtores moderados. Os dados foram submetidos ao teste de qui-quadrado, considerando nível de significância igual a 5% e verificou-se que não há relação da sua capacidade de produção de biofilme com a forma de mastite apresentada. Isso demonstra que outras variáveis atuam influenciando a produção de biofilme como, por exemplo, a imunidade do animal, resistência dos patógenos a antimicrobianos e interação com outros microrganismos. Assim, faz-se necessário a compreensão da formação de biofilmes para que se busquem alternativas para auxiliar no tratamento da mastite caprina. |