Resumo |
O Arsênio, elemento químico de símbolo As, é considerado um metaloide devido as suas propriedades físicas de um metal e propriedades químicas de um não metal. Sua toxicidade se deve ao fato de que este é corrosivo e, ao ser absorvido pelo organismo, afeta processos metabólicos essenciais e o bom funcionamento de órgãos vitais. O mecanismo de comprometimento do rim por As não é totalmente esclarecido. Sabe-se que o rim é o órgão filtrador e excretor do corpo, auxiliando na eliminação de toxinas do organismo pela urina. Apesar do As ser ingerido na forma tóxico e oxidado no fígado, gerando formas orgânicas do As com menor toxicidade, não se sabe o efeito destes compostos na biometria do rim e em proteínas séricas indicadores de funcionalidade renal. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar o peso e volume dos rins, bem como quantificar proteínas séricas de animais expostos ao arsênio através da água de beber durante o período pré-púberal. Ratos Wistar com 21 dias de idade (n = 16) foram divididos em dois grupos experimentais. Enquanto o grupo controle negativo (C; n= 8 animais) recebeu água filtrada, animais do grupo As (n = 8 animais) receberam solução de arsenito de sódio (10 mg/L) na água de beber. O tratamento foi realizado diariamente por 29 dias, quando os animais atingiram 50 dias de idade (CEUA/UFV, processo 96/2017). Os animais foram eutanasiados no 51º dia de experimento, e os rins foram coletados para medição do peso e volume. Além disso, coletou-se sangue por punção cardíaca, sendo este centrifugado a 700x por 15 min para obtenção do soro. Este foi utilizado para análise de três proteínas séricas: creatina e ureia, além de bilirrubina. Os resultados foram submetidos ao teste de t Student utilizando o software Graph-Pad Prism, sendo as médias comparadas ao nível de significância de 5%. Os valores médios de peso do rim esquerdo (C= 1,334 ± 0,06014 g; As= 1,214 ± 0,04806 g), do rim direito (C= 1,386 ± 0,05694 g; As= 1,287 ± 0,05680 g) não diferiram entre os grupos experimentais, bem como o volume médio do órgão (C= 10,16 ± 0,02203 mL; As= 10,19 ± 0,02950 mL) (P > 0,05). Com relação às análises bioquímicas, a concentração sérica de ureia (C= 33,63 ± 1,861 mg/dl; As= 34,88 ± 1,329 mg/dl) e bilirrubina (C= 0,2750 ± 0,0250 mg/dl; As= 0,2625 ± 0,0375 mg/dl) também não diferiram estatisticamente entre os grupos (P > 0,05). Entretanto, a concentração média de creatina foi menor nos animais que receberam arsênio (As= 0,3700 ± 0,02988 mg/dl) em relação aos animais controle (C=0,4863 ± 0,02367 mg/dl; P < 0,05). Pode-se concluir que a exposição ao arsenito de sódio a 10 mg/L no período pré-puberal alterou parâmetro sérico de creatinina, mas não ureia e bilirrubina, de ratos Wistar, sem influenciar o peso e volume dos rins. |