Resumo |
O presente trabalho teve o propósito de identificar e comparar os métodos de ensino utilizados pelas escolas da rede privada da região central da cidade de Viçosa (MG) com estudantes que possuem síndrome de Down (SD). Com este desígnio foi realizada uma pesquisa de natureza qualitativa, em que o método de coleta de dados foi o de entrevistas , gravadas em áudio, com os professores e coordenadores responsáveis pelos estudantes que possuem SD. Verificou-se que das seis escolas pesquisadas, apenas quatro possuem alunos com SD (A, B, C e D). O marco teórico de referência adotado foi relativo às abordagens pedagógicas de Maria da Graça Nicoletti Mizukami (1986) a partir de seu livro “Ensino: as abordagens do processo”. Foi realizada uma análise comparativa entre os discursos dos profissionais das escolas com as abordagens pedagógicas de Mizukami. Dentre os aspectos dessas abordagens foram utilizados como parâmetros escola, ensino-aprendizagem, professor-aluno, metodologia e avaliação, com o objetivo de observar se as bases teóricas utilizadas pelas escolas condizem com suas práticas e por fim foram evidenciados os problemas identificados. Neste sentido, buscou-se verificar se as escolas possuem base teórica para direcionar as atividades pedagógicas com seus discentes que possuem SD; se os professores que preenchem o corpo docente das escolas possuem uma formação especializada para esta atuação; se as atividades realizadas com os discentes que possuem SD são diferenciadas das praticadas com os demais alunos e se as relações entre os estudantes com SD e seus colegas de classe apresentam dificuldades. O conteúdo das entrevistas forneceu insumos para comparar os aspectos relativos às das abordagens pedagógicas de Mizukami e as práticas operadas pelas escolas. A análise evidenciou que, no geral, as escolas não possuem métodos específicos/únicos para os estudantes com SD, os professores necessitam de capacitação especializadas para o ensino de estudantes com deficiência e as bases teóricas, além de serem impostas, não condizem em todos os aspectos com suas práticas. Foi possível concluir que os resultados positivos e os avanços das crianças com SD resultaram mais da dedicação e do empenho dos professores, do que das instruções das escolas. Vale salientar que todos aceitaram a participação na pesquisa, e falaram de seus alunos com entusiasmo, e destacaram as dificuldades, os desafios, e como se empenharam na busca por alternativas mais adequadas e métodos para facilitar o aprendizado dos alunos com SD. |