Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10015

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Biologia Animal
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Maria Luiza Assis Rodrigues
Orientador SIRLENE SOUZA RODRIGUES SARTORI
Título Estudo comparativo da língua de répteis squamatas
Resumo A língua dos répteis tem formato, estrutura e mobilidade variados, refletindo as funções deste órgão. O objetivo desse estudo é descrever morfologicamente a língua de quatro espécies de répteis: Hemidactylus mabouia (lagartixa), Tropidurus torquatus (calango), Salvator merianae (teiú) e Bothrops jararaca (jararaca). Cinco animais adultos de cada espécie foram coletados, em Viçosa – MG, e eutanasiados para obtenção de fragmentos da língua, que foram fixados em formalina por 24h e processados para confecção de lâminas histológicas em resina, com secções de 3µm de espessura, que foram coradas com azul de toluidina para descrição geral, Alcian blue (AB) e ácido periódico de Schiff (PAS) para mucinas ácidas e neutras, respectivamente. A língua da jararaca é protrátil, alongada e com ápice bifurcado; apresenta epitélio estratificado pavimentoso queratinizado e pigmentado. Quando retraída, se aloja dentro do assoalho bucal, em um nicho tubular, onde desemboca uma glândula composta mucosa (PAS/AB+). A língua do teiú é protrátil e bifurcada como da jararaca, embora seja mais robusta. Seu epitélio é estratificado pavimentoso e há papilas escamiformes nos terços médio e posterior. Na base há glândulas mucosas (PAS+) tubulares que desembocam entre as papilas. A língua da lagartixa é livre apenas na sua metade anterior; seu ápice é achatado e pigmentado. Seu epitélio é estratificado pavimentoso, exceto na raiz onde é simples com células mucosas PAS/AB+. As papilas do ápice são mais baixas, achatadas e circunvaladas; já as papilas dos terços médio e posterior são mais altas e filiformes, com glândulas tubulares mucosas PAS/AB+ desembocando entre as papilas. No calango, a língua não é protrátil e nem bifurcada, seu ápice é arredondado e sua raiz tem forma de “V”. No extremo apical, o epitélio de revestimento é estratificado pavimentoso queratinizado, além de pigmentado no ventre; após esta região se estendem papilas colunares altas por todo o dorso. O epitélio da superfície destas papilas é variável, apresentando, nos terços anterior e médio, células volumosas que se projetam para a luz como um buquê, e no terço posterior as células são achatadas; o epitélio nas laterais das papilas é formado por células mucosas PAS+. Na raiz há glândulas tubulosas mucosas AB/PAS+, que desembocam na superfície. Assim, nota-se uma relação entre a morfologia da língua e suas funções, sendo uma estrutura envolvida com a captura de odores para o órgão vomeronasal na jararaca e no teiú, cuja língua é protrátil e bifurcada, e com a captura de presas no teiú, na lagartixa e no calango, cujas papilas linguais favorecem a apreensão e deglutição do alimento, embora não tenham função sensorial dada à ausência de botões gustativos. A proteção contra o atrito é fornecida pelo epitélio estratificado e pela secreção mucosa, característicos das quatro espécies, além da queratinização e pigmentação, em especial na jararaca e no teiú, que expõem a língua com frequência.
Palavras-chave morfologia, histologia, aparelho digestório
Forma de apresentação..... Painel
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