Resumo |
O projeto é continuidade de um conjunto de ações desenvolvidas desde 2008. Estas ações articulam diferentes instituições e ou organizações, como os sindicatos de trabalhadores rurais, associações de agricultores/as, Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata, grupos de de agroecologia e ou de extensão e pesquisa da UFV. O projeto objetiva ampliar o uso de sistemas agroflorestais e a integração destes com a criação animal em propriedades agroecológicas da agricultura familiar de municípios da região da Zona da Mata mineira. As principais ações desenvolvidas são os intercâmbios agroecológicos e a participação na Troca de Saberes, evento anual realizado na UFV, cujo tema em 2017 foi Diálogos das diversidades: Resistência e liberdade em nossas terras e territórios. Os intercâmbios agroecológicos possibilitam a troca de experiências e a construção de novos conhecimentos em encontros realizados em propriedades rurais, nos quais participam um público amplo, como as famílias camponesas, técnicos do Centro de Tecnologias Alternativas, professores e estudantes da UFV. Os intercâmbios valorizam as experiências que fortalecem a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Já a troca de saberes é aqui entendida como um grande intercâmbio agroecológico, pois propicia a troca de experiências e conhecimentos entre os Agricultores Familiares e a Academia. Durante os intercâmbios e a Troca de Saberes incentiva-se à diversificação da produção, a inclusão de árvores nativas e frutíferas nas lavouras de café, a criação de redes e acessos à comercialização, a produção de insumos alternativos, a conservação e multiplicação de sementes crioulas, o aumento da resiliência do agricultor frente ao mercado, e as práticas alternativas de alimentação de criação animal, a alimentação de qualidade, o cuidado com os resíduos e valoriza-se e visibiliza-se a cultura popular. Após a realização dessas grandes trocas de conhecimentos é realizada a sistematização das informações. As informações sistematizadas são divulgadas para os agricultores durante os próximos intercâmbios e Troca de Saberes, através de instalações artístico-pedagógicas, círculos de cultura e informativo denominado Nossa Roça. Atualmente aproximadamente 150 famílias participam dos intercâmbios agroecológicos e aproximadamente 400 pessoas participam da Troca de Saberes, principalmente dos municípios da região. As ações possibilitaram socializar experiências e construir novos aprendizados; contribuir para a melhoria da autoestima e a capacidade de lidar com os problemas relacionados à agricultura; aumentou a agrobiodiversidade favoreceu os serviços ambientais dela advindos e melhorou o manejo da criação animal; melhorou a segurança e soberania alimentar das famílias e a oferta de alimentos para os animais domésticos e para a fauna e; melhorou a qualidade do solo e da água. Parte dos produtos advindos da agrobiodiversidade foram comercializado e contribuiu para aumentar a renda das famílias. |