ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Sociologia |
Setor | Departamento de Ciências Sociais |
Conclusão de bolsa | Não |
Primeiro autor | Victória Oliveira Ambrosio |
Orientador | GUILLERMO VEGA SANABRIA |
Outros membros | Barbara Guedes Nogueira, Julia Leliane Vitor da Silva Oliveira |
Título | BDSM, corpos e relações sociais num espaço virtual |
Resumo | BDSM é um acrônimo para Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo. O BDSM envolve um conjunto de práticas sexuais de pessoas que, após os primeiros contatos sexuais e relacionamentos afetivos na adolescência e juventude, relatam uma grande insatisfação com experiências mais convencionais. Com a chegada da Internet, essa insatisfação encontrou um grande número de espaços virtuais para essas pessoas se relacionarem e compartilharem informações, valores e códigos. A partir da busca de autoconhecimento através do BDSM, os indivíduos modificam suas visões sobre os próprios corpos e suas identidades. Para além do tabu a ele associado, O BDSM coloca questões importantes sobre a relação entre prazer e dor, à luz das técnicas de exploração do corpo praticadas, os estados alterados de consciência e o chamado fetichismo. Igualmente importante, o BDSM revela dinâmicas de relacionamento entre indivíduos e dentro dos grupos formados por seus praticantes, envolvendo processos de construção da pessoa e de pertencimento. O trabalho consistiu no seguimento das trocas e discussões em quatro grupos destinados aos praticantes de BDSM na Internet, a saber: "BDSM à sério", "BDSM Minas Gerais", "Cabana das submissas" e "BDSM PLAY BRASIL". O trabalho também incluiu conversas informais nas redes sociais com membros desses grupos e uma entrevista semi-estruturada, face a face, com dois praticantes ativos do BDSM. O contato com os praticantes do BDSM permitiu identificar a recorrência de perfis "fakes" nas interações na Internet. Além de proteger sua identidade "verdadeira", essa escolha permite aos participantes criar uma vida "paralela" à vida "convencional" e propicia uma gama maior de possibilidades para a criação de um novo “eu”. Do seu ponto de vista, práticas como amarração, imobilização, uso de coleiras e até mesmo cócegas são justificadas por seus praticantes como uma forma de dar vazão ao lado “obscuro” de suas personalidades ou aos desejos “inconscientes” e moralmente abafados. Do ponto de vista externo, o BDSM é considerado uma parafilia inofensiva quando ocorre dentro dos termos de consentimento. Alguns estudos na área e segundo os relatos de praticantes, também produz benefícios ao reduzir a ansiedade e liberar a tensão emocional dos corpos. Segundo esses mesmos relatos, através do BDSM os indivíduos alcançam a autoafirmação de um estilo de vida e também de sua própria sexualidade, concretizada em práticas e técnicas corporais não convencionais, mas que possibilitam a seus praticantes assumirem aspectos da su identidade. Deste ponto de vista, aspectos sociais, psicológicos e morais intervêm na construção do corpo físico e os conceitos de dor e prazer são ressignificados. |
Palavras-chave | BDSM, fetichismo, internet |
Forma de apresentação..... | Painel |