Resumo |
O Brasil atualmente é o oitavo maior produtor mundial de tomate (Solanum lycopersicum L.) para processamento industrial. O desenvolvimento do sistema radicular tem influência na produção, uma vez que é responsável pela absorção de água e nutrientes. O Banco de Germoplasma de Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa (BGH-UFV) detém acessos de tomate que apresentam porte anão, os quais possuem copa mais compacta e permanecem eretos por mais tempo, reduzindo o contato dos frutos com o solo, mantendo-os mais sadios. O objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar a área das raízes de tomateiros anões para processamento industrial com diferentes proporções do genitor recorrente. Os experimentos foram conduzidos em Viçosa-MG. Primeiramente, a capacidade geral de combinação de quatro acessos que possuíam gene de nanismo e oito híbridos comerciais foi avaliada em um experimento de Dialelo Parcial, que possibilitou selecionar os melhores genótipos de cada grupo: híbrido comercial N-901 da Nunhems, e o acesso BGH-2006. Posteriormente, foram realizadas duas gerações de retrocruzamentos utilizando o híbrido comercial como genótipo recorrente, a fim de melhorar as características das plantas, inclusive o incremento das raízes. As gerações RC1F2 e RC2F2 foram obtidas por autofecundação das plantas RC1F1 e RC2F1, respectivamente, para que as plantas com fenótipo anão (homozigotos recessivos para esse gene) fossem selecionadas. Em seguida, foram avaliadas no experimento com Delineamento em Blocos Casualisados, com três repetições, as cinco populações: os dois genitores, F2, RC1F2 e RC2F2. As raízes foram coletadas na fase de maturação dos frutos utilizando-se uma pá reta e os dados de área das raízes foram obtidos com o auxílio do software Winrhizo. Os dados foram submetidos à análise de variância, seguido do teste de Tukey. A área das raízes obteve valor significativo (α≤0,05) para o teste F da análise de variância, indicando que ao menos uma das médias difere das demais. A média das raízes do híbrido comercial (N-901) foi de 833 cm2, do acesso do banco de germoplasma (BGH-2006) foi de 390 cm2, do F2 foi de 602 cm2, do RC1F2 foi de 528 cm2 e do RC2F2 de 613 cm2. O teste Tukey indicou que a média do híbrido comercial para área das raízes foi superior ao do acesso e as gerações subsequentes não distinguiram dos genitores, demonstrando que as médias obtidas dos retrocruzamentos não distinguiram estatisticamente da média de F2. Fazendo a relação entre a área da copa das plantas com a área das raízes, nota-se uma proporção entre essas áreas: em genótipos com maior área da parte aérea também há maior área das raízes. Essa relação foi corroborada na analise de variância, pois não apresentou diferença significativa dentre os tratamentos pelo teste F (α≤0,05). Desta forma, podemos concluir que a realização de retrocruzamentos não foi eficaz no acréscimo da área das raízes e que existe uma relação entre a área da copa e das raízes nesses genótipos. |