Resumo |
A Doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, possui alta prevalência em países subdesenvolvidos, estimando-se cerca de 6 a 7 milhões de pessoas infectadas pelo mundo. É considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma das doenças tropicais negligenciadas, com poucos investimentos em controle desta patologia. O tratamento é ineficaz em algumas formas da doença, apresenta alta toxicidade e não abrange toda a população. Logo, surge a necessidade de se estudar formas de prevenção. Uma alternativa que surge, na atualidade, são as vacinas de DNA. No presente trabalho objetivou-se a construção de uma revisão sistemática que abordasse o desenvolvimento dessas vacinas. Discutindo o emprego de vacina de DNA codificador de antígenos importantes na invasão, metabolismo e proteção parasitários, via estratégia Prime-Boost. A revisão sistemática foi conduzida conforme a metodologia de PRISMA. Baseando-se em artigos científicos, publicados nos últimos cinco anos, disponíveis na base eletrônica PubMed. Os descritores utilizados foram: vaccine, chagas disease, DNA; sendo estes utilizados isoladamente ou em combinações (vaccine and chagas disease; vaccine and chagas disease and DNA). Após análise de todos os artigos selecionados, a partir dos critérios de inclusão e exclusão, previamente definidos, obteve-se 15 artigos. Foram relacionados os protocolos vacinais, modelos experimentais utilizados, vias de imunização e dose de cepas patogênicas para desafio. Resultados semelhantes entre os estudos, foram relatados como: redução da parasitemia após o desafio; controle de lesões em cardiomiócitos; alterações ao Eletrocardiograma e redução da mortalidade. Assim como o padrão de resposta imune, relacionados com o controle na replicação parasitária durante fase aguda, pela produção de maiores quantidades de citocinas inflamatórias Th1 (INF-gama, principalmente) e Th2. Conclui-se assim que a partir dos 15 artigos revisados, foi possível considerar o desenvolvimento de uma revisão sistemática sobre as vacinas de DNA. Porém, muitos estudos ainda precisam ser feitos para evidenciar sua real capacidade para combater a infecção, dado que os diferentes conteúdos vacinais utilizados promoveram proteção contra o protozoário em diferentes níveis. |