Resumo |
Os procedimentos de fixação e inclusão de tecidos ou células apresentam pontos críticos na preservação da arquitetura histológica. Neste contexto, a placenta é um anexo embrionário delicado que necessita de atenção especial para processamento e avaliação em microscopia de luz. Por isso, o presente estudo teve como objetivo estabelecer o melhor método de fixação e processamento histológico de placenta para inclusão em parafina. Para isso, fragmentos de placenta de suíno foram coletados e fixados nos tempos de 4, 6, 12 e 24 h em dois fixadores, paraformaldeido 4% tamponado e solução fixadora de Carson. Nestes fixadores, foram testados ainda dois métodos de desidratação: a) desidratação em soluções crescentes de etanol a 70, 80, 90 e absoluto por 1 h cada e em apenas uma passagem, e b) desidratação realizada em duas passagens em soluções crescentes de etanol a 25, 50 e 70 % por 15 min cada, seguido de 1 passagem em solução de etanol a 80, 90 % e absoluto por 1 h cada. A partir daí, todos os tratamentos foram submetidos a clarificação em xilol por 1 h, inclusão em parafina por 1 h e blocagem. Cortes histológicos de 3 µm foram cortados e corados com hematoxilina e eosina, sendo analisados em microscópio óptico. Na avaliação microscópica considerou-se a presença ou ausência de retração tecidual, a definição das estruturas acidófilas e basófilas, além da integridade celular com visualização do limite entre as células e integridade das estruturas citológicas preservadas. Os resultados mostraram que fragmentos de placenta foram melhor preservados tanto em paraformaldeido quanto em solução de Carson no tempo de 12 h de fixação, apresentando pequena quantidade de retração tecidual, definição de estruturas acidófilas e basófilas, além de preservação do limite celular. Os tempos de fixação de 4 e 24 h não foram eficientes na preservação da histologia placentária. Considerando o tempo de fixação de 12 h, para os dois fixadores, a desidratação realizada com o uso de soluções mais hidratadas de etanol, como 25 e 50%, mostrou-se adequada na preservação da estrutura placentária, considerando-se a delicada organização do seu tecido conjuntivo e presença de vasos sanguíneos de pequeno calibre. Portanto, pode-se concluir que paraformaldeido 4% tamponado e solução de Carson foram capazes de preservar a arquitetura tecidual de placentas após 12 h fixação, sendo desidratados com uma série etanólica a partir de 25%. |