Resumo |
Suínos comerciais vêm sendo selecionados para altas taxas de crescimento e elevado conteúdo de carne magra, o que por sua vez resultou em alterações na qualidade da carne como redução da gordura intramuscular e da capacidade de retenção de água e alteração da maciez. Sendo assim, tornou-se importante a melhoria das características organolépticas da carne suína com o intuíto de aumentar a satisfação do consumidor e garantir que o mercado da carne suína continue crescendo. A qualidade da carne pode ser influenciada por muitos fatores com destaque para o grupo genético, a dieta e o manejo pré-abate. Objetivou-se avaliar o efeito do grupo genético do varrão, de diferentes níveis de lisina digestível (Ld) na dieta e do sexo sobre a qualidade de carne de suínos. O experimento foi realizado na Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Melhoramento de Suínos do DZO/UFV e foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x3x2 (grupo genético x nível de lisina x sexo). Os grupos genéticos formaram-se pelas progênies do cruzamento de varrões cruzados Duroc (G1) e Pietrain (G2) com fêmeas comerciais, os quais foram submetidos a dietas com três níveis de Ld (baixo, médio e alto). Foram avaliados 36 machos castrados e 34 fêmeas e as análises estatísticas realizadas utilizando-se o pacote estatístico SAS. As características avaliadas foram PH imediatamente após o abate, 24 horas após o abate e 45 horas após o abate, perda por gotejamento, luminosidade, índice de vermelho, índice de amarelo, perda na cocção, perda total, maciez, extrato etéreo e capacidade de retenção de água. Não houve interação entre os fatores estudados para nenhuma das características avaliadas. Os animais do grupo genético G2 apresentaram maior perda por gotejamento (p-valor 0,01) em comparação com G1. O nível de Ld da dieta influenciou a perda por gotejamento (p-valor 0,03), luminosidade (p-valor<0,01), maciez (p-valor<0,01) e extrato etéreo (p-valor<0,01). Não houve efeito significativo do sexo em nenhuma das características avaliadas. O nível baixo de lisina pode proporcionar melhoria na qualidade da carne uma vez que aumentou o extrato etéreo o que indica maior teor de gordura intramuscular e aumentou a maciez da carne. Outros estudos apontaram o aumento da gordura intramuscular devido a redução da lisina na dieta, contudo foram também apontados desvantagens dessa redução como aumento da conversão alimentar e menor ganho de peso. Assim, apesar da melhoria na qualidade da carne apontada no presente estudo é preciso avaliar o impacto da utilização do nível baixo de lisina em outras características e no desempenho econômico da suinocultura. |