Resumo |
Estudos demonstram que o estado nutricional das crianças está relacionado com o estado nutricional materno. Esta influência ocorre, pois o adequado crescimento e desenvolvimento das crianças não dependem apenas dos fatores genéticos, mas principalmente das condições ambientais em que se encontram, sendo estas semelhantes à da mãe, considerando a aproximação existente entre os pares. O objetivo deste estudo foi avaliar o estado nutricional da díade mãe-filho. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, realizado no município de Viçosa (MG), composto por 72.220 habitantes, com mães e suas crianças com até dois anos de idade atendidas na rede pública de saúde. A amostragem foi por conveniência, sendo o critério de inclusão possuir idade de zero a 23 meses e 29 dias e o critério de exclusão, a presença de enfermidades que necessitam de alterações na alimentação. Mães e filhos foram recrutados no setor de vacina da cidade de Viçosa-MG, no momento em que foram fazer o teste do pezinho ou cumprir o calendário de vacinação. Foram obtidos dados de idade, peso e altura das mães e de peso, estatura e idade das crianças. O peso das mães foi mensurado em quilogramas, por meio de balança eletrônica, marca Kratos, com capacidade máxima de 150kg e divisão de 100g. A estatura foi aferida em centímetros com auxílio de estadiômetro Altura Exata. Foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) da mãe, o qual é dado pela fórmula: [peso(kg)/ altura2(m)]. A classificação do estado nutricional materno foi feita de acordo com os pontos de corte de IMC recomendados pela Organização Mundial de Saúde: baixo peso (IMC menor que 18,5), eutrofia (IMC entre 18,5 e 24,9), sobrepeso (IMC entre 25,0 e 30,0) e obesidade (IMC maior que 30,0). Em relação às crianças, o peso foi mensurado em quilogramas, por meio de balança pediátrica, com capacidade máxima de 16kg e divisão de 10g. O comprimento foi mensurado em centímetros por meio de antropômetro infantil ou infantômetro. O estado nutricional foi calculado com ajuda do programa WHO Anthro 2005 versão beta 15, utilizando como padrão de referência as recomendações da OMS. Foi utilizada estatística descritiva para análise dos dados. Os resultados da análise das variáveis antropométricos evidenciaram que a maioria das mães (52,3%) foram classificadas como eutróficas, enquanto 26,5% com sobrepeso; 19,7% com obesidade e 1,5% com baixo peso. Em relação as crianças, a análise de peso para estatura identificou eutrofia para 66,41% destas. A relação peso para idade revelou que 90,9% das crianças apresentaram peso adequado para idade e adequada estatura para idade. Considerando IMC por idade, 68,93% encontravam-se eutróficas. Foram identificadas também crianças apresentando magreza, baixo peso para idade e baixa estatura para idade, além de sobrepeso, peso elevado e obesidade. Conclui-se que entre as mães e crianças avaliadas prevaleceu um quadro de eutrofia, podendo indicar uma associação entre o estado de nutricional de mães e filhos. |