Resumo |
Este trabalho é fruto de pesquisa bibliográfica e contém apontamentos iniciais acerca da discussão feitas no Serviço Social sobre a transfobia. O objetivo da pesquisa é identificar mudanças na conduta profissional do assistente social no atendimento a pessoas “t”, tendo como questão crucial o preconceito e a própria realização das políticas públicas, no atendimento das pessoas transexuais (pessoas que se identificam com o gênero oposto ao que foram designadas ao nascer e que fazem a transição com ou sem cirurgia), travestis (pessoas que vivenciam um comportamento feminino, mas não se identificam como homens ou mulheres, mas sim em um terceiro gênero), drag queens artistas homens que fazem o uso da feminilidade estereotipada em suas apresentações), drag kings (artistas mulheres que fazem uso da masculinidade estereotipada em suas apresentações), crossdressers (geralmente homens heterossexuais, que se sentem bem vestidos de mulheres, mas não buscam o reconhecimento de gênero) e não binários (não se identificam com nenhum gênero). Na tentativa de fomentar o debate no interior da categoria profissional, foi produzida pelo CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) uma cartilha que discorre sobre as características e necessidades desses indivíduos, em uma sociedade onde o conservadorismo e moralismo estão avançando, buscando informar aos profissionais a realidade das pessoas "T". O tema da transfobia ganhou espaço na discussão, garantida no Código de Ética Profissional do/a Assistente Social. Na história das pessoas que não se classificam ao binarismo de gênero, houve perseguição interrupta, na medicina defendiam que mulher e homem são diferentes baseados nos corpos biológicos, o tratamento médico, as agressões físicas, o abandono, a exclusão de direitos e até mesmo a morte eram aplicados pelo sistema, isso tudo acontecia devido ao padrão dominante que foi imposto ao decorrer da formação das sociedades. É importante ressaltar que gênero e sexualidade são conceitos diferentes, o primeiro trata-se de como a pessoa se identifica, e o segundo como a pessoa se atrai afetivo-sexualmente. Foi só em 2013 que a Organização Mundial de Saúde retirou a transexualidade da lista de doenças psicológicas, mas no Brasil desde 2008 o Ministério da Saúde através do Sistema Único de Saúde garantiu o processo transexualizador, onde as pessoas tem acesso as cirurgias, hormônios e acompanhamento psicológico para adaptar o corpo as propriedades do gênero desejado, de uma forma gratuita. Mesmo agora em uma conjuntura mais tolerante, essas pessoas continuam sendo agredidas em vários espaços sociais, na busca de trabalho, reconhecimento de seu nome social e inclusive em banheiros públicos. Ainda há muitos direitos que precisam existir e a participação do assistente social é fundamental, a intervenção do profissional que não se posiciona seguindo as normas padrões, agrega a luta contra a transfobia, reconhecendo que todos os seres humanos possuem sua dignidade. |