Resumo |
No Brasil, a população de idosos tem crescido em maior velocidade quando comparada a outros grupos etários. Diante desse contexto, o país aderiu à proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) denominada Marco Político do Envelhecimento Ativo. Esse último tem como um dos seus pilares a garantia de oportunidades em saúde para a população na medida em que envelhece e, nesse contexto, se insere a promoção da alimentação saudável. O presente trabalho tem como objetivo relatar o desenvolvimento de ações de promoção da alimentação adequada e saudável junto a idosos participantes do Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI) em Viçosa (MG). As ações caracterizam-se por atendimento nutricional individual e realização de oficinas em grupo. O desenvolvimento das oficinas tem como base os “Dez passos para a alimentação saudável”, os quais são abordados na segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado em 2014. As oficinas são mensais e ocorrem no período da manhã e da tarde, utilizando-se técnicas de exposição dialogada, tempestade de ideias e demonstrações culinárias. A avaliação das ações iniciou-se a partir da segunda oficina, quando os idosos eram estimulados a resgatar os conteúdos abordados na oficina anterior por meio da técnica de tempestade de ideias. Além disso, após a realização das oficinas, agendava-se um atendimento nutricional individualizado no qual eram avaliadas as possíveis mudanças no hábito alimentar relacionadas às experiências vivenciadas nas oficinas. Até o momento, realizou-se o atendimento nutricional individual de 37 idosos e foram desenvolvidas 8 oficinas de Educação Alimentar e Nutricional (EAN). Os temas abordados em cada uma das oficinas foram: “Você sabe o que come?”; “Medida certa: óleos, gorduras, sal e açúcar”; “Como comer?” e “Memórias culinárias”. Houve uma participação média de 15 idosos por oficina. Durante o desenvolvimento das oficinas de EAN, observou-se que a maioria dos idosos participantes tinha dificuldade em diferenciar alimentos processados e ultraprocessados indicando a necessidade de abordagens variadas e sistemáticas que contemplem o grau de processamento dos alimentos e seu impacto na saúde. Uma vez que os idosos tinham restrições alimentares devido à presença de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, foi proposta uma oficina de adaptação de preparações culinárias presentes no hábito alimentar dos idosos como forma de reduzir a quantidade de alguns ingredientes considerados inadequados ao consumo de portadores dessas doenças, tais como o açúcar. Ainda nessa oficina, buscou-se valorizar o conhecimento do idoso, possibilitando que o mesmo fosse o condutor da sua preparação culinária. As ações de EAN desenvolvidas junto aos idosos do PMTI demonstram a relevância de se criar oportunidades para que os idosos vivenciem momentos que estimulem a prática da alimentação adequada e saudável. |