Resumo |
O sucesso de produtividade nos plantios de Eucalyptus no Brasil deve-se, principalmente, pelo avanço da silvicultura clonal. A técnica de propagação in vitro é um exemplo e tem sido largamente difundida, com aplicação comprovada na área florestal. A micropropagação traz vantagens ao processo de produção de mudas de Eucalyptus, como a propagação massal de clones em curto espaço de tempo e o rejuvenescimento e/ou revigoramento do material genético. Os meios de cultura utilizados na micropropagação fornecem as substâncias essenciais para o crescimento das plantas in vitro sendo utilizado comumente o ágar como agente gelificante. O uso de substratos alternativos em substituição ao ágar pode reduzir o custo de produção, havendo a possibilidade de melhores resultados quanto ao desenvolvimento das plantas. Por isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento in vitro de microestacas de Eucalyptus dunnii cultivadas em diferentes substratos. O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais II do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO), da Universidade Federal de Viçosa – UFV. As microestacas de um clone de Eucalyptus dunnii obtidas in vitro foram transferidas para frascos de vidro (250 mL de capacidade) contendo um dos substratos: areia, vermiculita, fibra de celulose, substrato comercial (Tropstrato Vida Verde®) e meio semissólido com o uso de ágar. Utilizou-se meio líquido JADS, adicionado de 30 g.L-1 de sacarose; 100 mg.L-1 de Mio-inositol; 800 mg.L-1 de PVP; 0,05 mg.L-1 de BAP; 0,25 mg.L-1 de AIB; e 6 g.L-1 de ágar apenas para o meio semissólido. Cada frasco continha duas microestacas. O delineamento experimental usado foi o inteiramente casualizado com 5 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram mantidos em sala de crescimento a 25 ± 2 °C, em fotoperíodo de 16 horas. Após trinta dias de cultivo avaliou-se o vigor das brotações, número de brotações maior que 0,5 cm, o número de microestacas maiores de 2,0 cm, o comprimento da maior microestaca, o peso fresco da parte aérea e a área foliar. Os explantes cultivados em ágar e vermiculita apresentaram maior número de brotações maiores que 0,5 cm. Brotações menos vigorosas foram observadas nos recipientes com substrato comercial e fibra de celulose. O uso de ágar permitiu obter maiores valores para número e tamanho de microestacas, peso fresco e área foliar, seguido do substrato vermiculita. Assim, para as condições avaliadas, o uso de ágar garante o melhor desenvolvimento in vitro do clone de Eucalyptus dunnii, sendo a vermiculita um substrato alternativo potencial ao uso do ágar no cultivo deste clone. |