Resumo |
A cultura da soja ocupa mais da metade da área plantada do Brasil, sendo a cultura com maior contribuição no PIB agrícola nacional. No entanto, fatores ambientais, em especial o estresse hídrico, podem comprometer as atividades fisiológicas da planta, consequentemente reduzindo a produtividade e, destaca-se também, a degradação das clorofilas, proporcionando declínio progressivo na capacidade fotossintética. Devido a isso, o presente trabalho teve como objetivo de identificar genótipos de soja com melhor desempenho ao déficit hídrico. O trabalho foi conduzido na casa de vegetação no campo experimental Diogo Alves de Melo, na Universidade Federal de Viçosa. O experimento foi delineado em blocos casualizados (DBC), com três blocos, quinze genótipos e dois tratamentos baseado na capacidade de campo: sem estresse (-10 kPa) e com estresse (-900 kPa). Os tratamentos foram induzidos durante 15 dias no estádio R5 (estádio fisiológico em que a planta encontrasse no enchimento dos grãos) com a estimativa da clorofila total com auxílio do equipamento SPAD. Ao término do ciclo, foi avaliado a massa e volume de raiz e, número de grãos. As análises de variância e o agrupamento de média (Scott-Knott a 5% de significância) foram realizadas utilizando o software R versão 3.4.0. Foi possível verificar interação significativa para os genótipos e tratamento, no qual, o genótipo CD 2800, apresentou maior média com 23.42 g, para massa de raiz, no tratamento sem estresse. Já para o tratamento com estresse as médias não diferiram estatisticamente entre si. Para as demais variáveis avaliadas não houve diferença significativa e os fatores foram avaliados de forma independente, onde o tratamento sem estresse apresentou as maiores médias para volume de raiz, número de grãos e clorofila total. Na variável volume de raiz, destacam-se os genótipos FT Guaíra, CD2800 e M 7211, classificados no mesmo grupo, seguidos pelas respectivas médias 40.33, 37.83 e 36.17 cm3. Para número de grãos, os genótipos CD 224, 5D711 RR e CD 235 RR, se encontram no mesmo grupo seguidos com a maiores médias 265.00, 242.50 e 233.17. Na variável clorofila total, os genótipos RA 518, DMARIO 70i, P98Y11, TMG 1067 RR, FT GUAÍRA, BMX POTÊNCIA RR e BRS 246 RR, foram classificados no mesmo grupo com maiores concentrações de clorofila total por µg cm⁻². Através desses dados, é possível concluir que há diferença entre as variáveis estudadas e os tratamentos com capacidade de campo sem e com estresse, sendo possível verificar o desempenho dos genótipos e uma possível seleção dos mesmos para tolerância ao déficit hídrico. |