Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 8718

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Geografia
Setor Departamento de Geografia
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Eustaquio da Silveira Mafra
Orientador MARIA ISABEL DE JESUS CHRYSOSTOMO
Título Imigração, trabalho e progresso em Minas Gerais sob a voz do periódico O Pharol (1870-1900)
Resumo Durante o período de 1870-1900, o país foi palco de políticas voltadas ao progresso nacional, dentre elas a implantação e estímulo à imigração, principalmente após e o fim da escravatura. A Abolição dos cativos resultou de um longo processo de discussão, que teve começo com a promulgação da Lei Eusébio de Queirós (1850) e sua culminância com a Lei Áurea (1888). Os embates em torno da substituição da mão de obra envolviam fazendeiros, comerciantes, Estado e abolicionistas. Afinal, para aqueles que lutavam para a manutenção de seus privilégios “cada vez que um cafezeiro vai ocupar o lugar de algum vegetal inútil – adianta um passo na senda do progresso; sempre que um cafezeiro se extingue por falta de cultivo – retrograda dez.” (O PHAROL, Ano XII, n.95, 1878, p.1). É nesse contexto que as elites no poder passam a demandar uma mão de obra mais “adiantada”, sob um sistema de trabalho “moderno” (leia-se: assalariado, de parceria, de empreitada ou misto). Para tanto, se fortalece a ideia de trazer para trabalhar nos cafezais mais imigrantes estrangeiros. Mas não qualquer imigrante, julgava-se que os vadios, boêmios e desordeiros, não trariam a este país o tão desejado progresso. Portanto, o perfil almejado era de indivíduos laboriosos, morigerados, inteligentes e próprios ao trabalho da lavoura; atividade tida como a mais carente de braços. Na intenção de viabilizar a vinda desses imigrantes, políticas foram criadas, porém, em um cenário econômico muito instável. Se em 1867 o governo imperial ofereceu o pagamento da viagem, em 1879, diante de precariedades financeiras, estes investimentos foram suspensos. Situação alterada em 1881, quando o governo mineiro passou a conceder aos proprietários agrícolas metade do valor investido no transporte dos imigrantes. Em 1896, com o agravamento de uma crise econômica, relacionada à superprodução do café e consequente queda no preço, elevou-se o valor despendido para a introdução dos imigrantes, sendo novamente suspensos os subsídios para a viagem. Contudo, no ano seguinte as passagens passam a ser novamente subsidiadas. Em meio a diversas propostas para "salvar" a lavoura, os jornais foram grandes disseminadores de ideias sobre a necessidade ou não da imigração. Nessa medida é que a partir das publicações do jornal "O Pharol", que circulou em Juiz de Fora de 1870 a 1939, o presente trabalho fez um levantamento de várias matérias com o intuito de entender esse cenário político e, particularmente, o posicionamento dos grupos no poder sobre as políticas de imigração na província mineira e o país. No jornal, acessado via Hemeroteca Nacional Digital, pesquisou-se o termo “immigração” no período de 1878-1900, identificando-se mais de 700 ocorrências. Destas, selecionou-se 67 de 102 edições lidas, por apresentarem discursos que, em sua maioria, supervalorizam o imigrante estrangeiro e expressam o anseio dos grandes proprietários agrícolas para alcançar o almejado progresso.
Palavras-chave Imigração, trabalho, progresso
Forma de apresentação..... Painel
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