Resumo |
Os adesivos são exigidos em muitos processamentos industriais da madeira, e as resinas classificadas como sintéticas são as mais utilizadas para estes fins. Porém, adesivos sintéticos têm origem petrolífera, e inúmeros fatores contribuem para que se busquem novas alternativas, mais naturais e renováveis, para sua utilização, afim de reduzir a exploração ambiental. Nesse contexto, utilização de lignina tem sido bastante visada e estudada, porém, sua aplicação nos adesivos está sujeita à sua interação e reatividade com os demais componentes do adesivo, especialmente com o formaldeído. A interação da lignina está condicionada, principalmente, às suas características de afinidade, e essas características, por sua vez, estão intimamente ligadas à sua formação. Ligninas oriundas de hardwoods apresentam diferenças em relação a ligninas oriundas de softwoods. Assim, objetivou-se realizar uma revisão de literatura abordando as diferenças estruturais e, consequentemente, de utilização da lignina proveniente de madeira de fibra longa e de fibra curta na produção de adesivos e entender como a morfologia de cada tipo influencia no produto final. Concluiu-se que a utilização da lignina como componente de adesivos para madeira vem sendo pesquisada há algum tempo, porém, todas as tentativas de uso ainda estão em nível laboratorial; as pesquisas estão sendo realizadas com o intuito de entender o comportamento das diferentes ligninas frente às diversas possibilidades de reação e de síntese adesiva; a grande variabilidade das fontes de lignina faz com que haja muito a ser investigado, pois, além das diferenças inerentes às ligninas quanto às espécies vegetais, ainda há as diferenças quanto aos processos de polpação que deram origem à lignina, e ao processo de extração da mesma, e todas estas variáveis influenciam a lignina residual final; a variação estrutural entre as ligninas de madeira de fibra longa e de fibra curta, bem como os grupos funcionais aderidos à ela, são responsáveis pelas principais diferenças de reatividade das ligninas, e consequentemente, pela possibilidade de uso dessas ligninas como componentes adesivos; ainda não há utilização de adesivos de lignina em escala industrial, devido não somente à sua menor reatividade, mas à sua heterogeneidade de composição, o que ainda não permite a síntese de um adesivo homogêneo. |