Resumo |
O Programa de Apoio a Lactação (PROLAC) é um projeto de extensão do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa, desenvolvido em parceria com o Hospital São Sebastião (Viçosa/MG). Este trabalha o binômio mãe filho, oferecendo-lhes apoio por meio de orientações nutricionais no período pós-parto e atendimentos ambulatoriais até o primeiro ano de vida. Algumas das mães atendidas são adolescentes que compreende a faixa etária de 10 a 19 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apesar da idade materna não ser responsável isoladamente por eventos adversos, sabe-se que a adolescência e a gestação são consideradas fases de vulnerabilidade, devido a alterações metabólicas, anatômicas, fisiológicas, sociais e psicológicas. Além disso a adolescência é uma etapa delimitada pelos padrões de vida, autoconfiança, maturidade, conflitos e imagem do corpo. A ocorrência simultânea dessas duas fases aumenta significativamente o risco clínico, julgando que gestantes jovens apresentam maior propensão a terem recém-nascidos com baixo peso, devido à imaturidade fisiológica para suportar as mudanças físicas e o estresse causados pela gestação. Destaca-se ainda que os hábitos alimentares comuns da idade possam ser prejudiciais, uma vez que a dieta é geralmente rica em calorias e pobre em fibras e nutrientes, podendo haver abstenção ou uso excessivo de alimentos. Objetivou-se avaliar se a idade da mãe influencia no peso da criança ao nascer. Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido a partir de 1523 prontuários de mães assistidas pelo PROLAC no período de 2003 a 2016. Os dados foram processados e analisados no software SPSS versão 20.0. A distribuição das variáveis foi avaliada pelo teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Os resultados foram apresentados por distribuição de frequências e estimativa de medidas de tendência central e de dispersão, sendo calculados a mediana e o intervalo interquartílico para variáveis. As diferenças para estas variáveis foram analisadas pelo teste Mann-Whitney, de acordo com a distribuição. As variáveis categóricas dicotômicas foram avaliadas pelo teste Qui-quadrado (com correção pelo teste exato de Fisher). O nível de significância estatística adotado em todas as análises foi de 0,05 (α=5%). A amostra apresenta uma mediana de idade de 25 anos, com mínimo de 13 e máximo de 45, sendo 17,7% representado por mães adolescentes. O teste de comparação de médias revelou que não há diferença estatística entre o peso médio de crianças de mães adolescentes (3121,56 g) e adultas (3160,0 g). Destaca-se que 14,4% dos filhos de mães adolescentes nasceram com baixo peso, comparado a 6,3% dos filhos de mães adultas. Alem disso o teste de associação constatou que mães adolescentes têm mais filhos com baixo peso ao nascer (p<0,001). Conclui-se então que a gravidez precoce é fator relevante quando se trata de crianças com baixo peso ao nascer. |