Resumo |
A Doença Celíaca é caracterizada pela intolerância ao consumo de glúten, presente no trigo, centeio, cevada e malte. Seu consumo desencadeia resposta inflamatória na mucosa do intestino, logo, o tratamento é a exclusão do glúten da dieta. Esta restrição afeta as relações sociais e aspectos psicológicos do paciente, visto que há ruptura de um hábito alimentar. O Programa de Extensão Pró Celíacos atua nesta situação promovendo empoderamento e a autonomia do paciente sobre seu tratamento, através do atendimento ambulatorial, realização de oficinas culinárias e encontros que trazem o resgate do convívio social. Portanto, é importante a realização de um atendimento e acompanhamento nutricional que possibilite ao paciente entender o diagnóstico e o tratamento, a partir da prescrição de plano alimentar adequado às necessidades nutricionais e respeitando os hábitos alimentares. Deve-se apresentar opções de substituição e capacitar o indivíduo celíaco a adquirir ou preparar seus alimentos sem glúten, através de oficinas, encontros e materiais educativos. O objetivo deste projeto abrange o atendimento das demandas sócio-nutricionais de indivíduos portadores de Doença Celíaca e outras desordens intestinais de causa alimentar de modo a auxiliar nas escolhas e manipulação corretas de alimentos sem glúten, contribuindo para a autonomia e autocuidado do usuário, além de apoiar com dados projetos de pesquisa articulados. O projeto promoveu encontro com os pacientes onde foi possível levantar as principais dúvidas e demandas. A contaminação cruzada foi relatada como a maior dificuldade que enfrentam no dia a dia. O tempo de tratamento e demandas foi obtido por meio da aplicação de questionário e evolução de sintomas através do questionário metabólico. As demandas mais frequentes foram por um piquenique, que foi realizado no mesmo mês e contou com a participação de membros da equipe e seis pacientes, e por oficinas no tema “Lanches escolares, culinária japonesa, pães e massas”. Uma oficina intitulada “Café da tarde”, foi executada e contou com a participação de doze pacientes e equipe do projeto. Preparações sem glúten e sem leite foram demonstradas e degustadas, sendo entregue ao final um folder contendo as receitas que são opções de lanche para escolares. Concomitante a estas atividades foi realizado atendimento ambulatorial às quintas e sextas-feiras, de 8 horas às 12 horas, na Divisão de Saúde. Em cada consulta houve aplicação de questionário metabólico, aferição de medidas antropométricas, registro da anamnese alimentar e evolução e prescrição de planos alimentares. Logo, pode-se observar que estas ações puderam promover melhora do estado nutricional e da saúde dos pacientes, empoderamento, autonomia e resgate do lazer e vida social, disseminação de informação sobre a doença celíaca e capacitação de pacientes e estudantes de nutrição. |