Resumo |
Introdução: A adolescência é um período em que são identificadas mudanças físicas, psíquicas e sociais. A necessidade de autoafirmação na sociedade torna os adolescentes cada vez mais susceptíveis a fatores de riscos existentes, como uso de álcool e drogas, alimentação não saudável e estilo de vida sedentário, relação sexual precoce, muitas vezes desprotegida. Este tema tem sido abordado em muitas pesquisas que constatam o crescente número de casos de ISTs/AIDS e gravidez na adolescência. Neste sentido, constata-se o quanto é relevante e necessário discutir o tema sexualidade com essa população. Ações de promoção da saúde e prevenção de agravos em adolescentes: um diálogo entre o lúdico, o gênero e a sexualidade é um projeto de extensão do Departamento de Medicina e Enfermagem, da Universidade Federal de Viçosa, que possui atividades permanentes voltadas para promoção da saúde de adolescentes. Objetivo: Desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de agravos com adolescentes de escolas públicas do município de Viçosa/MG. Ações: O projeto, atualmente, é desenvolvido na Escola Municipal Ministro Edmundo Lins com adolescentes de 10 a 19 anos de idade. São realizadas consultas de Enfermagem apenas com estudantes do sexo feminino, e em sala de aula, atividades que abordam temas variados, como gravidez na adolescência, violência e violência contra a mulher, infecções sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos Resultados: Foi relatada pelos participantes uma maior adesão ao uso de preservativos, maior conhecimento e autonomia sobre o corpo, e também foi observado nas atividades que o uso de jogos e dinâmicas facilitou o aprendizado. Foram realizadas aproximadamente 70 consultas de enfermagem. Nessas são aplicadas questionários semiestruturados, sobre questões socioeconômicas, de sexualidade e saúde reprodutiva; é analisado cartão de vacina, e caso esteja desatualizado, as meninas são encaminhadas à policlínica da cidade; é realizado exame físico, com medidas antropométricas e sinais vitais, orientações e intervenções de enfermagem, se necessário. Caso seja identificada qualquer alteração orgânica e/ou comportamental, as adolescentes são encaminhadas a Estratégia de Saúde da Família e os pais são comunicados. Durante o desenvolvimento do projeto foi possível intervir de forma positiva em casos de violência sexual, problemas relacionados ao ciclo menstrual e a relações sexuais. Conclusão: Na adolescência, são adquiridos comportamentos, que em sua maioria, são preservados durante toda vida. Portanto, é o momento mais oportuno para que sejam feitas intervenções pela área da saúde, utilizando as escolas, como oportunidade para abordar os adolescentes. A educação sexual deve ser discutida de forma que os adolescentes façam uma autorreflexão sobre o assunto e se estabeleçam como sujeitos e formadores de pensamentos críticos, no que diz respeito à sexualidade. Dessa forma, observamos a relevância que o projeto possui. |