Resumo |
A avaliação da toxicidade de inseticidas à pragas invasoras, como a Drosophila suzukii Matsumura (Diptera: Drosophilidae), é um dos primeiros passos afim de estabelecer estratégias de controle emergencial eficientes. A praga D. suzukii consiste de uma das principais pragas invasoras em produções de pequenas frutas, tais como morangos, amoras, framboesas e ameixas. Essa espécie ocorre no sul do Brasil desde 2014, e mais recentemente (i.e. 2016) invadiu o estado de Minas Gerais, importante estado brasileiro na produção de morangos. Desta forma, o objetivo neste trabalho foi avaliar a susceptibilidade de D. suzukii à azadiractina e inseticidas neurotóxicos (i.e., deltametrina, permetrina, imidaclopride e indoxacarb) em condições de laboratório. Bioensaios de concentração-mortalidade foram conduzidos para estimar as concentrações letais (CLs) dos inseticidas. Adultos de D. suzukii foram expostos por 24h à concentrações crescentes de cada produto. Insetos foram considerados mortos quando não foram capazes de se locomover mesmo quando estimulados mecanicamente com um pincel. Os dados de mortalidade obtidos foram submetidos a analise de Probit utilizando o programa estatístico SAS® (versão 9.3). Exceto para azadiractina e indoxacarb, os dados obtidos para os três demais produtos testados se adequaram à análise de Probit, com baixos valores de χ2 (< 8,5) e valores de P > 0,05. Entre eles, deltametrina foi o mais tóxico para os adultos de D. suzukii, resultando no valor de CL50 mais baixo (i.e. 4,0 mg L-1), seguido pelo imidaclopride (137,7 mg L-1), e permetrina (196,0 mg L-1). Considerando-se que não foi observado mortalidades elevadas para azadiractina (i.e. < 50%) e indoxacarb (i.e. < 25%), estes produtos foram considerados ineficazes para o controle desta espécie. Embora não exista nenhum produto formalmente registrado para o uso no controle desta praga no Brasil, podemos concluir que existe produtos comercialmente disponíveis que poderão serem utilizados, a partir de um eventual registro dos mesmos junto às agencias reguladoras brasileiras. |