Resumo |
Introdução: O envelhecimento é um processo natural, dinâmico e multifatorial que envolve um conjunto de alterações de espectro psicológico, social, biológico, funcional e temporal. Este conjunto de alterações induz a um estado de fragilidade que afeta negativamente a saúde física e bem-estar dos idosos. Minimizar os efeitos deletérios do envelhecimento pode propiciar ao idoso um envelhecer com melhor qualidade de vida (QV), e neste contexto a atividade física apresenta-se como um agente relevante para atenuar os efeitos negativos deste processo, contribuindo para melhora da saúde do idoso. Desta forma, estratégias de intervenção, junto a este estrato populacional, através da promoção da atividade física, pode trazer beneficios à saúde e QV dos idosos. Objetivo: Determinar o efeito da prática de atividade física sistematizada na atividade física habitual (AFH), aptidão física funcional (AFF), composição corporal e QV de idosas. Métodos: A amostra foi composta por 35 mulheres, com idade acima de 60 anos, da cidade de Viçosa-MG, participantes do projeto Saúde e Vida da UFV. Altura e peso foram mensurados e o índice de massa corporal (IMC) foi estimado; perímetros da cintura e quadril foram mensurados através de procedimentos estandardizados, e a relação cintura-quadril (RCQ) foi estimada. A AFH foi determinada através do IPAQ; a bateria de testes de Rikli e Jones foi utilizada para avaliar a AFF; e a QV foi avaliada pelo uso do questionário SF-36. A análise estatística envolveu o uso de estatística descritiva (média ± desvio padrão) e o teste pareado não-paramétrico de Wilcoxon, todos realizados no software SPSS 20. Resultados: As idosas possuíam uma média de idade de 67,91 ± 6,37 anos. Comparando-se as variáveis antes e após o programa de intervenção, os valores de RCQ e IMC não apresentaram diferenças significativas. Houve um aumento significativo nas atividades domésticas (de 3176,04 ± 1587,79 METS/min/sem para 2131,6 ± 1882,23 METS/min/sem, p < 0,04) de lazer (de 543,5 ± 500,7 METS/min/sem para 1054,19 ± 496,05 METS/min/sem, p < 0,000), bem como no escore total de AFH (de 3176,04 ± 2663,24 METS/min/sem para 4053,38 ± 2257,25 METS/min/sem, p = 0,013). Relativamente à AFF, observaram-se incrementos estatisticamente significativos nas capacidades físicas de força de membros inferiores (p <0,001), força de membros superiores (p < 0,001) e aptidão cardiorrespiratória (p < 0,001), e não foram observadas diferenças significativas nos demais domínios. Relativamente aos domínios da QV, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. Conclusão: A prática de atividade física regular e sistematizada estimula o aumento dos níveis de AFH e melhoria da AFF contribuindo para a manutenção da independência funcional e estilo de vida ativo. Desta forma, conclui-se que a prática de atividade física é elemento importante para garantia do envelhecimento saudável. |