Resumo |
Despertar o corpo para as suas próprias capacidades, instaurar nele relações associativas com o cotidiano e com as memórias capazes de prover uma dança independente de técnicas corporais e destituída de pré codificações são elementos que nortearam o projeto como um todo. As ações realizadas pautaram-se no desejo de criar um espaço de fruição cultural de um processo artístico que tem como mote os saberes e tradições populares brasileiros. Buscou-se valorizar e versar sobre nossas origens identitárias e heranças, a partir das matrizes e matizes afro-amerídeas-brasileiras e do diálogo com as comunidades rurais. Efetiva-se assim um espaço de encontro aberto a todo público, que vem sendo ampliado desde 2015 intitulado “Encontros para Dançar e dialogar”. Os diversos participantes puderam vivenciar e trocar saberes e experiências próprios e de suas origens. O estímulo a compreensão de si e do outro no ambiente cultural se fez evidente, além de promover a significação do repertório corporal individual por meio do uso de imagens, de jogos e brincadeiras, histórias, poemas, músicas e sobretudo a memória. Esta é apontada como elemento fundamental no reconhecimento das potencialidades do corpo com traços adquiridos ao longo da vida, e que se expressa na forma de andar, de se movimentar, no gesto, etc. Ao englobar essas características foram realizados processos criativos em dança brasileira contemporânea os quais tinham interesse no fazer artístico a partir dos saberes rurais, agroecológicos e das populações marginalizadas com os saberes acadêmicos e contemporâneos. Deste modo, promover a valorização, visibilidade e reconhecimento cultural local. Em meio aos processos de criação e ao oferecimento de oficinas, ao longo do ano, houve diálogo e interação com outros projetos de extensão como o Pibex, Procultura e Proext o que provocou uma ampliação nas perspectivas de estudo, reflexão, criação e, para além, novas possibilidades de circulação das próprias obras artísticas e do apoio a grupos artísticos populares e regionais. O projeto desencadeou, ainda, um Grupo de Pesquisa (não oficializado) em Dança Brasileira Contemporânea e promoveu a integração de dois grupos: Micorrizas e Coletivo Encruza. |