Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 8610

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia
Setor Departamento de Entomologia
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Iuri Leite Zupeli
Orientador SIMON LUKE ELLIOT
Outros membros Daniel Luís Viol, Farley William Sousa Silva
Título Percepção de coespecíficos e mudanças fenotípicas em larvas de lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
Resumo Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) apresenta plasticidade fenotípica durante a fase larval, um tipo de polifenismo de fase dependente da densidade populacional. Lagartas em baixas densidades populacionais apresentam maior frequência de coloração corporal verde, enquanto que lagartas em altas densidades apresentam maior frequência de coloração preta. Entre esses dois fenótipos extremos (i.e. verde e preto) ocorrem fenótipos intermediários em menor frequência. O aumento da melanização (i.e. pigmentação) da cutícula e da cápsula cefálica em larvas mantidas em altas densidades está relacionado com um maior investimento em defesas imunes; uma forma de diminuir o risco de transmissão de doenças de um indivíduo a outro - fenômeno conhecido como Profilaxia Dependente de Densidade. Não se conhece, porém os mecanismos envolvidos na percepção de coespecíficos. Em condições naturais, mariposas de A. gemmatalis colocam ovos isolados em folhas de uma mesma planta. Lagartas que se desenvolvem em folhas superiores podem contaminar folhas inferiores principalmente com dejetos, por ação da gravidade, e eventualmente com exúvias. Assim, ao alimentarem de folhas inferiores contaminadas, lagartas poderiam reconhecer a presença de coespecíficos através dos sinais químicos dos dejetos, indicando a densidade populacional na planta. Neste trabalho, testamos a hipótese que dejetos funcionam como sinais químicos indicativos da densidade populacional, os quais irão estimular lagartas solitárias a mudarem de fenótipo. Para caracterizar os diferentes fenótipos, lagartas foram fotografadas e medido o grau de melanização da cápsula cefálica e dos dois primeiros segmentos torácicos com o auxílio do software ImageJ. Após as análises das fotografias, obtivemos 8 diferentes categorias fenotípicas. Para testar nossa hipótese, comparamos a proporção de larvas que mudaram seu fenótipo após serem submetidas a uma das três situações possíveis: i) 24h sem alimento seguido de dieta artificial adicionada com dejetos (proporção de 1:1); ii) 24h sem alimento seguido de dieta artificial normal; e iii) dieta artificial normal oferecida ad libitum. Não encontramos diferenças significativas entre o tratamento (i) e os dois controles (ii e iii), o que indica que o reconhecimento de coespecíficos não deve ocorrer a partir da percepção de sinais químicos dos dejetos. Além disso, no controle iii inesperadamente ocorreram mudanças fenotípicas de algumas larvas. Isto poderia ser explicado por perturbações inevitáveis durante o processo de avaliação e registro fotográfico (abrir/fechar potes) que poderiam ter estimulado tais mudanças. Sabe-se que algumas lagartas podem se comunicar via vibração de substrato. Assim, acreditamos que o próximo passo é elucidar os mecanismos comportamentais envolvidos na mudança fenotípica, investigando se há algum padrão de vibração do meio físico que poderia funcionar como sinal da presença de coespecíficos.
Palavras-chave Anticarsia gemmatalis, mudança fenotípica, percepção de coespecíficos
Forma de apresentação..... Painel
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