Resumo |
A degradação dos solos agrícolas está diminuindo as áreas produtivas, exigindo a adoção de novas alternativas sustentáveis. Neste contexto, o uso do biocarvão pode se tornar uma alternativa para recuperação das propriedades físicas e químicas, principalmente em áreas de extrema alteração antrópica, como as mineradas. Este trabalho teve como objetivo, avaliar o desenvolvimento de plantas e as propriedades dos rejeitos de mineração de Fe e Mn condicionados com 5% de biocarvões derivados de resíduos agrícolas (cama de frango: RCF) e industriais (pneu: RPn; policloreto de polivinila - PVC: RPVC; e madeira da construção: RMC) produzidos por meio de pirólise lenta a 600 ºC. O experimento foi conduzido em casa de vegetação em vasos de três dm³, em delineamento inteiramente causalizado com quatro repetições. Em cada unidade experimental (vaso) foram cultivadas cinco plantas de crotalaria (Crotalaria juncea), avaliando o desenvolvimento das plantas e as alterações nas propriedades químicas da solução de cada tratamento. A análise de componentes principais (PCA) foi utilizada para indicar as variáveis que melhor explicassem os efeitos do biocarvão nas propriedades dos rejeitos de mineração de Fe e Mn. Presumia-se que nos tratamentos com RCF haveria um melhor crescimento das plantas. Não obstante, foi observado uma maior altura e biomassa das plantas no tratamento de RMC com Mn e RMC e RPn com rejeitos de Fe. Este resultado pode ser associado a maior condutividade elétrica (CE) do tratamento com RCF em relação aos demais. Observou-se uma maior CE, pH e imobilização de macro e micronutrientes nos rejeitos de Fe em relação aos de Mn. Pode-se concluir que os efeitos do biocarvão sobre os rejeitos da mineração variam principalmente em função das características do substrato/solo do que do biocarvão, sendo os efeitos do condicionamento do biocarvão no substrato/solo melhor explicados pelas variáveis que expressam os macronutrientes no solo, no caso, saturação de bases, e de planta: altura e biomassa de plantas. |