Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 8602

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Química
Setor Departamento de Química
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Isabela Araujo Marques
Orientador LUIS HENRIQUE MENDES DA SILVA
Outros membros Alvaro Javier Patiño Agudelo, MARIA DO CARMO HESPANHOL, Yara Luiza Coelho
Título Interação entre Lactoferrina (LF) e Oligossacarídeo Lactato de Quitosana (OLQ): um estudo espectroscópico e calorimétrico
Resumo Introdução: Nanoestruturas formadas entre polissacarídeos e proteínas são sistemas utilizados em diversas indústrias devido a sua capacidade de realizar reconhecimento molecular de diversas substâncias. Uma interação deste tipo ainda não explorada é entre LF, produzida por glândulas excretoras de mamíferos e com diversas funções ligadas a defesa do organismo, e OLQ obtido a partir da deacetilação e hidrólise da quitina, utilizado nas indústrias alimentícias e farmacêuticas. Deste modo, é de grande interesse compreender as forças motrizes que levam à formação deste complexo. Objetivos: avaliação da termodinâmica de formação de nanoagregados entre LF-OLQ usando espectroscopia de fluorescência (EF) e nanocalorimetria diferencial de varredura (nDSC). Metodologia: A EF foi utilizada para determinar os parâmetros de interação da LF-OLQ (constante de ligação (Kb), variação da energia livre de Gibbs (ΔintG°), variação da entalpia (ΔintH°) e variação da entropia (ΔintS°)) e nDSC para calcular os parâmetros de desnaturação da LF na presença do OLQ (entalpia de desnaturação (ΔdesH) e temperatura de desnaturação (Td)). Resultados e discussão: i) EF: O aumento da concentração de OLQ de 0 a 0,74 mM, promoveu a supressão da fluorescência dos grupos Triptofano da LF, sendo este resultado avaliado pelas equações de Stern-Volmer para calcular as constantes bimolecular de supressão (kq) e Kb a 25 °C. kq apresentou um valor acima de 1010 M-1s-1, evidenciando que o processo de quenching é estático e Kb foi igual a 1,93x104 M-1. Com o Kb, calculou-se ΔintG° e seu valor foi -24,45 kJ mol-1, indicando que a formação do complexo é predominante. Kb foi obtida em outras 6 temperaturas e seu valor se manteve constante. Utilizando a equação de Van’t Hoff para os valores de Kb, determinou-se ΔintH° sendo igual a 5,74 kJ mol-1, mostrando que a formação do complexo é endotérmica. O TΔintS° foi determinado por meio da relação fundamental de Gibbs obtendo-se o valor de 30,20 kJ mol-1. Esses valores indicam que a força motriz para a formação do complexo é entrópica. ii) nDSC: O termograma da LF na ausência de OLQ apresenta dois picos endotérmicos com Td de 68,17 e 79,09 °C e ΔdesH de 636,5 e 103,5 kJ mol-1 associados à região da proteína não complexada e complexada com Fe3+, respectivamente. Estes parâmetros foram determinados na presença de OLQ até 0,50 mM e para esta última concentração os valores de Td permaneceram constantes para os dois picos, enquanto que os valores de ΔdesH diminuíram ~45% em relação aos valores obtidos na ausência de OLQ, para ambas regiões. Estes resultados indicam que o processo de desnaturação não é alterado termicamente pelo OLQ, mas este último reduz as contribuições entálpicas das interações intramoleculares da proteína para passar da sua conformação nativa para desnaturada. Conclusão: Os estudos de EF e nDSC indicaram que a formação do complexo [LF-OLQ] é entropicamente dirigida e a desnaturação da LF é menos endotérmica devido a sua interação.
Palavras-chave Complexo lactoferrina-quitosana, fluorescência, nanocalorimetria diferencial de varredura
Forma de apresentação..... Painel
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