Resumo |
Desde 2015, estudantes da UFV compõem o coletivo Repentistas do Desenho, dedicado ao trabalho com ilustrações e artes gráficas aplicados a movimentos populares. Tem como base o trabalho de facilitação gráfica, que trata da transcrição em tempo real de diálogos em eventos e reuniões, por meio de desenhos, gráficos, fluxogramas e qualquer elemento da linguagem visual para sistematizar as informações discutidas. Nesses dois anos de formação, o coletivo já foi composto por diversos artistas e realizou um grande número de atividades. Entretanto, já chega o momento de realizar uma avaliação quanto aquilo que foi produzido, bem como o modelo de organização do grupo, as mudanças promovidas e se os objetivos que direcionaram suas ações foram alcançados. A popularização da atividade de desenho sempre foi uma das bandeiras do coletivo, acreditamos que toda pessoa possui a capacidade para produzir desenhos, porém no decorrer da vida, tal aprendizado perde espaço para outros como escrita e leitura, ficando subutilizado e gerando sensação de imperícia na maior parte das pessoas. Por meio das oficinas de facilitação gráfica ofertadas na pré Troca de Saberes de 2016 e ao PIBID Geografia em Abril de 2017, tentamos sugerir aos participantes a importância do desenho como comunicação e suas possíveis aplicações. O trabalho de facilitação gráfica tem sido uma presença marcante nos encontros realizados por diversos movimentos, estivemos realizando-os nas Trocas de Saberes de 2015 e 2016 em Viçosa/MG, no Fórum Pela Promoção da Igualdade Racial (FOPPIR) em 2015 realizado na cidade de Espera Feliz/MG, no Fórum Social pela Vida em Conselheiro Lafaiete/MG (2016), no II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia (II SNEA) em Seropédica/RJ, no Café com Freire realizado pelo DPE em Viçosa/MG, na Caravana Territorial da Bacia do Rio Doce em Minas Gerais e Espírito Santo, Seminário de Avaliação realizado pela CÁRITAS em Dom Joaquim /MG, Encontro Nacional dos Grupos de Agroecologia (ENGA) em Bananeiras/PB, entre muitos outros. A criação de identidades visuais para eventos realizados por movimentos sociais é um dos trabalhos amplamente demandados pelo coletivo, foram produzidas as identidades visuais da Caravana Territorial da Bacia do Rio Doce, da Troca de Saberes edições de 2015, 2016 e 2017 e do 11º FOPPIR. Embora houvessem resultados interessantes durante as oficinas, ainda não pudemos notar se houve mudança significativa na percepção que as pessoas têm de sua capacidade de desenho. Sabe-se que as facilitações e identidades visuais geraram impactos positivos no sentimento de pertencimento que os participantes de tais eventos demonstraram ter com as imagens. O efeito mais significativo se deu junto aos membros do coletivo, que aparentam ter otimizado e dado ainda mais importância a sua habilidade, antes marginalizada e subutilizada. |