Resumo |
A floresta tem um papel importante no recebimento da chuva, onde ela faz uma partição, parte retorna a atmosfera por meio da interceptação e evapotranspiração, devido a barreira exercida pelas árvores, a outra atinge o solo através do escoamento pelo tronco e da precipitação interna. A quantidade de água que chega ao solo é denominada precipitação efetiva, que somada com a parte interceptada obtém-se a precipitação em aberto, que não apresenta nenhuma barreira. O objetivo desse trabalho foi medir a precipitação efetiva em dois estágios de regeneração, inicial e avançado, de uma Floresta Estacional Semidecidual na Bacia Hidrográfica do Córrego Santa Catarina, localizada no município de Viçosa durante o período de janeiro de 2016 à dezembro de 2016. O presente trabalho foi conduzido na Estação de Pesquisas, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso, localizada no município de Viçosa, MG. A precipitação em aberto foi mensurada por medições realizadas em um pluviômetro de PVC, instalado na entrada para a Mata do Paraíso. A precipitação efetiva foi obtida pela soma da precipitação interna e escoamento pelo tronco. Para medição do escoamento pelo tronco (Et) foram adaptados coletores à base de poliuretano nos troncos das árvores com circunferência ≥ 15 cm a 1,30 m sobre o nível do solo (CAP). A água da chuva foi direcionada por uma mangueira 5/8` afixados aos coletores para recipientes individuais de plástico. A precipitação interna foi obtida a partir de 25 pluviômetros instalados em três parcelas de 20m x 20m sucessivas, espaçadas 10m entre si. A precipitação em aberto nesse período foi de 1115,7 mm e a precipitação efetiva no estágio sucessional inicial foi de 960,8 mm, enquanto a precipitação efetiva no estágio sucessional avançado foi 776,9 mm, correspondendo, respectivamente, a 86 % e 70 % da precipitação em aberto. O escoamento pelo tronco no estágio sucessional inicial foi de 11,7 mm e no estágio sucessional avançado foi de 30,0 mm, que é relativo a 1,2 % e 3,9% da precipitação efetiva, respectivamente. A precipitação interna foi de 949,1 mm no estágio inicial e de 746,9 mm no estágio avançado equivalendo a 98,8 % e 96,1% da precipitação efetiva, respectivamente. O resultado da precipitação interna foi maior em relação ao do escoamento pelo tronco, tendo assim uma grande contribuição na precipitação efetiva. Comparando os dois estágios sucessionais pode ser observado que a precipitação efetiva no estágio inicial foi maior, devido a grande concentração de clareiras, causada pela baixa densidade das copas. |