Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 8582

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Letras
Setor Departamento de Letras
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Flavia Ladeira Rodrigues
Orientador JUAN FILIPE STACUL
Outros membros Daniel Duvale da Silva
Título O Saber e o poder na perspectiva das obras de Monteiro Lobato e Lima Barreto
Resumo Conhece a ti mesmo, de Nosce te ipsum, para além de um lema que resume toda vida sábia de Sócrates é também a máxima adotada por Monteiro para conduzir o pensamento de suas obras. Dado esse fato o presente ensaio pretende fazer uma relação entre o conto de O mata pau encontrado em Urupês ( LOBATO, 1950) e O Homem que sabia Javanês que foi publicado primeiramente no Jornal Gazeta da Tarde do Rio de Janeiro e mais tarde publicado no livro O Homem que sabia Javanês e outros contos ( BARRETO, 1911) baseando- se na ideia de saber e poder debatidos pelo filósofo Foucault acerca da interpretação do Mito de Édipo ( Sófocles, 427 a.C) .
O primeiro conto “ O mata-pau” baseia-se na ideia de saber e poder relacionando-se com " Édipo Rei" visto que a história de Édipo, assim como a de Rosa e Elesbão vai muito além da relação de um enredo que conta sobre incesto, elas se cruzam por levantarem questões teóricas do saber e do poder determinadas por Michel Foucault. Em suma, a teoria esclarece que o indivíduo atinge o poder quando é detentor do saber, exemplificando o cargo que é concedido à um médico: só lhe é dado o poder de salvar a vida porque este detém o saber da medicina para isso e Assim como Édipo, que por não saber a verdade sobre o seu destino e a desgraça que lhe acercava ( podendo ser estudado pela revista de Letras do ano de 2001), Rosa perde de certa forma o poder que nada mais é sua vida, pois mesmo ela sobrevivendo ao incêndio é condenada a viver uma vida atormentada.
E o segundo título “ O homem que sabia Javanês”, mostra uma segunda face para o saber e o poder dentro do conto de Lima Barreto,sendo o protagonista uma espécie de anti-herói charlatão cujo único propósito é o de salvar a própria pele, fica fácil explorar o lado negro dessa relação entre saber, verdade e poder, ao passo que Lima trás a tona o avesso do ideal de saber a verdade para alcançar êxito. Montelo nunca precisou saber a verdade (leia-se dominar alguma área do saber), pelo contrário, enganava outras pessoas a fim de conseguir certo status social usando variados artifícios, desde se fingir adivinho até o ser professor de javanês; áreas em que não tinha o mínimo de formação necessária. E porventura de uma dessas “partidas que havia pregado às convicções e às respeitabilidades, para poder viver”, Montelo fora nomeado cônsul, um charlatão chegou a ser cônsul por conta de uma de suas mentiras, acrescentando ao trabalho uma ideia que se relaciona com a temática mas de um ponto de vista mais pessimista, ou realista da coisa já que o personagem usa do seu saber de forma esperta para conseguir o poder que é desejado, mas que não é o mais certo.
Palavras-chave Édipo, Foucault, Lobato
Forma de apresentação..... Painel
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